Na primeira metade do séc XX, entre os diversos moradores que se dedicaram ao importante ofício de pedreiro na pequena Vila de São Bernardo (tais como José Rocco, João Ferro, Henrique Pinchiari e os irmãos Modolin) estava Paulo Di Favari e seus filhos entre os mais requisitados.Paulo, sua esposa Candida Martin Bianco e filhos chegaram ao Brasil em 1911, oriundos do vilarejo de Ciano Del Montello, na região do Veneto, na Itália. Depois de trabalharem em uma fazenda de café em Campinas, ficaram um ano na casa da Família Puglia, na Rua Tiradentes, em São Bernardo, e voltaram novamente a Campinas por mais uma década. Por volta de 1922 fixaram-se definitivamente em São Bernardo. Moraram quatro anos na Rua Marechal Deodoro, perto do local onde hoje é a Loja Pernambucanas. Em 1926 mudaram-se para a Alameda Glória, altura do número 231, via onde estavam entre os primeiros moradores. Ali possuíam um vasto quintal, onde plantaram árvores frutíferas e cuidaram de diversas criações. O casal Paulo e Candida teve cinco filhos: Antonio, Geraldo e Giuseppe, nascidos na Itália; Angélica e Bernardo, nascidos no Brasil. Antonio e Giuseppe juntaram-se ao pai na profissão de pedreiro, atuando por muitos anos na cidade. Muitas edificações daquele tempo, algumas de pé até hoje, tiveram a participação dos Di Favari nas obras: entre as de maior porte estão a do Colégio São José, na Rua Dr. Fláquer; o prédio na esquina da Marechal com a Rua Rio Branco (onde hoje é a loja Tiara Bolsas); o imponente sobrado de Augustinho Pelosini, no Bairro Nova Petrópolis (atualmente sede do IMASF); o prédio da Marechal Deodoro, n. 1220, onde durante muitos anos esteve a farmácia Drogan; o imóvel de Raphael Lazzuri na Rua São Bernardo; a Chácara Silvestre, de Wallace Simonsen, construída por volta de 1930; e o prédio da atual Igreja Matriz, edificado a partir de 1947.
A família Di Favari também envolveria-se com o ramo de fabricação de móveis, tendo formado em 1947, por meio da associação de José e Antonio com o caçula Bernardo e o genro Alberto Luchesi (casado com Angélica), a Fábrica de Móveis Irmãos di Favari & Cia. A empresa funcionou até 1976, primeiro na Alameda Tereza Cristina ( Nova Petrópolis), depois na Rua dos Vianas (Baeta Neves), onde nos anos 1980 seria instalado o sacolão.
Nas imagens vemos acima a família di Favari em 1959. Sentados: Candida e Paulo di Favari; em pé, os irmãos Giuseppe, Angélica, Bernardo, Antonio e Geraldo di Favari. Embaixo duas construções feitas pela família: a esq., em foto de 1968, o prédio da esquina da Marechal com a Rio Branco, origalmente pertence a Luís Angeli; à dir. o antigo casarão de José Pelosini, na Rua Dom Luís, Bairro Nova Petrópolis, atualmente pertence ao IMASF (foto de 1998).
Pesquisa e acervo: Centro de Memória de São Bernardo do Campo.
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