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Bichos Silvestres, bichos da cidade. Foto de um tucano. Foto: Ricardo Cassin, SECOM, 2014

 

 

Fauna é o conjunto que abrange os animais em uma determinada região, ecossistema ou bioma específico, ou de forma mais ampla, de todo o planeta. O Brasil é considerado um dos países com a maior diversidade de fauna do mundo.

 

Ecossistema

Ecossistema é um sistema complexo formado pelos seres vivos, da fauna e flora, compreendendo os microrganismos vivos e o lugar onde eles vivem, em equilíbrio.[1]

 

 

 

 

 

Diversidade de fauna

“Diversidade Biológica ou Biodiversidade é o conjunto de todos os seres vivos do planeta. Engloba os diferentes ecossistemas (marinhos, aquáticos e terrestres) e os processos ecológicos. É responsável pela manutenção e recuperação do equilíbrio e da estabilidade dos ambientes naturais e os manejados pelo ser humano.” (SIMA,2020) Diversidade de fauna refere-se apenas aos animais. A manutenção da biodiversidade como um todo, da fauna e da flora terrestres, é fundamental para a proteção da vida na Terra, assim como para o equilíbrio ambiental. [2] 

 

 

Bioma

Bioma é “uma região com o mesmo tipo de clima e vegetação. Biomas são um conjunto de ecossistemas de mesmo tipo. A comunidade biológica, ou seja, fauna e flora e suas interações entre si e com o ambiente físico: solo, água e ar. Os Biomas brasileiros são: Mata Atlântica, Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Pampas e Zona Costeira.” (SIMA, 2020)[3] 

 

 

Embora os números variem constantemente em razão de novas descobertas e revisões dos nomes que damos às espécies identificadas, atualmente são reconhecidas no Brasil em torno de 117.000 espécies de animais das quais 94.000 artrópodes, na sua maioria insetos com cerca de 83.000 espécies reconhecidas. Entre os vertebrados, compilações recentes reconhecem pouco mais de 9000 espécies, sendo 4545 espécies de peixes, 1080 de anfíbios, 773 de répteis, 1.919 de aves e 701 mamíferos. [4]

 

De uma forma geral, podemos classificar a fauna de várias maneiras:

Fauna doméstica: engloba aquelas espécies que por meio de processos de manejo ou melhoramento zootécnico, tornaram-se “dependentes”, apresentando características biológicas e comportamentais em estreita relação com o ser humano, podendo apresentar fenótipo (aspecto externo / aparência) variável, diferente da espécie silvestre que as originaram. O Instituto Brasileiro de Meio ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) lista como domésticas 49 espécies, sendo 2 insetos, 1 anelídeo, 1 molusco, 24 aves e 21 mamíferos. (PORTARIA 93/ 1998, de 07.jul.1998).  

Podemos ainda, fazer uma diferenciação entre espécies domésticas e sinantrópicas que são aquelas que colonizam habitações humanas e seus arredores retirando vantagens em matéria de abrigo, acesso a alimentos e a água, como é o caso de pombos, ratos, mosquitos e diversos outros.

Fauna selvagem ou silvestre: compreende todos os animais cuja espécie possui características necessárias à sobrevivência em seu habitat (ambiente) original, desenvolvidas a partir dos processos naturais de seleção.

 

 

Processos naturais de seleção ou seleção natural

A partir do artigo publicado em 1858 e no ‘Origin of species’, em 1859, Darwin propôs a teoria da descendência com modificação de acordo com a qual as espécies viventes (incluindo os seres humanos) não surgiram como se apresentam hoje em dia: descendem de espécies extintas e ancestrais comuns modificadas por causas naturais. Uma dessas causas é a seleção natural, que foi considerada por ele como o principal, mas não exclusivo, meio de modificação das espécies. A seleção natural é um processo semelhante à seleção artificial, empregada consciente ou inconscientemente pelo criador de animais ou pelo criador de plantas ornamentais para produzir novas variedades. A seu ver, o processo evolutivo é lento e gradual. A seleção natural age sobre variações leves que ocorrem ao acaso dentro de uma população, preservando aquilo que for útil para os organismos. Essas variações são transmitidas aos descendentes. Como nasce um número maior de indivíduos do que poderiam sobreviver, existe uma luta pela existência. Nessa luta sobrevivem os indivíduos mais aptos, que deixam descendentes. Além da seleção natural, Darwin atribuiu outras causas naturais para a transformação das espécies, como a seleção sexual que explicava a beleza de algumas características apresentadas pelo macho de algumas espécies que influenciam sua escolha pela fêmea e consequente produção de descendentes, e a herança de caracteres adquiridos pelo uso e desuso. Embora admitisse a existência de variações bruscas (que chamou de sports), Darwin não as considerou relevantes para o processo evolutivo.” (MARTINS, Lilian Al-Chueyr P, Darwin e os darwinistas. Revista USP, São Paulo, n. 123, p. 119-130, outubro/novembro/dezembro 2019, p. 124)

 

 

Podemos classificar a fauna selvagem ou silvestre em fauna nativa, que é conjunto de espécies aquáticas ou terrestres que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território nacional ou águas jurisdicionais brasileiras, e fauna exótica, que são os animais de espécies cuja distribuição geográfica original, não inclui o território brasileiro e suas águas jurisdicionais (Lei 9605/98, art. 29, § 3º).

Em um país com as dimensões e pluralidade de paisagens e ecossistemas como o nosso, a diversidade da fauna contempla a ocorrência de espécies com ampla distribuição como a onça pintada (Panthera onca), que ocupa praticamente todos os biomas brasileiros e outras com presença mais restrita como o lobo guará (Chrysocyon brachyurus), que pode ser encontrado na Caatinga, Cerrado e Campos. Existem ainda, espécies que vivem exclusivamente em determinados biomas ou ecossistemas, como é o caso do mico leão dourado (Leontopithecus rosalia) que ocorre exclusivamente na Mata Atlântica do Sudeste do Brasil.

Se para os exemplos citados considerarmos como referência o Bioma Mata Atlântica, podemos dizer que a onça pintada é uma espécie da fauna silvestre nativa autóctone, o que significa que ocorre naturalmente neste ecossistema, embora ocorra em diversos outros também; por outro lado, o lobo guará é classificado como uma espécie da fauna silvestre nativa alóctone, pois embora seja nativo do Brasil, não ocorre naturalmente na Mata Atlântica. Já o mico leão dourado é uma espécie endêmica, pois ocorre única e exclusivamente neste ecossistema.

 

 

Mico Leão Dourado. Fonte: ICMBio. https://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/estado-de-conservacao/7213-mamiferos-leontopithecus-rosalia-mico-leao-dourado  acessado em 17/12/2020

 

Onça Pintada. Fonte: ICMBio, Foto de Rogério Cunha. https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/noticias/ultimas-noticias/dia-nacional-da-onca-pintada-o-maior-felino-das-americas-e-festejado-neste-domingo-29 acessado em 17/12/2020

 

Lobo Guara. Fonte: ICMBio. https://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira  acessado em 17/12/2020

 

A fauna exótica passa a ser considerada como fauna invasora quando após a introdução os animais se adaptam ao novo ambiente, representando ameaça ao ecossistema, às espécies nativas, à saúde pública e à economia local. A União Internacional para Conservação da Natureza (UICN) aponta atualmente a introdução de fauna exótica como uma das maiores causas de diminuição da biodiversidade.

No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e diversas secretarias estaduais de meio ambiente adotam o método da UICN que estabelece critérios e categorias para avaliar a possibilidade de extinção de espécies. A partir de dados científicos coletados e projeções, são criadas as listas nacionais e regionais de espécies ameaçadas de extinção, que usualmente conhecemos como livros vermelhos.

A atual Lista Oficial da fauna brasileira ameaçada de extinção indica que 627 espécies de animais no Brasil estão sob risco de desaparecer; nessa lista, 60% são de espécies encontradas na Mata Atlântica.

Apesar dos séculos de ocupação e exploração, a fauna da Mata Atlântica ainda não é totalmente conhecida. Nos últimos 30 anos, diversas espécies de vertebrados foram descobertas pela ciência. Dentre elas, anfíbios como a Perereca de Alcatraz (Scinax alcatraz) e a Rã-cachoeira (Cycloramphus lithomimeticus); aves, como o Tapáculo-Ferreirinho (Scytalopus pachecoi) e o Bicudinho-do-brejo (Formicivora acutirostris); além de peixes como o Listrura boticário e o Moenkhausia bonita; e até mamíferos de porte médio como o Ouriço mirim (Coendou speratus) e um novo primata, o Mico-leão-de-cara-preta (Leontophitechus caissara). É importante destacar que algumas destas espécies como Bicudinho-do-brejo e o Mico-leão-de-cara-preta, assim que foram descobertas, foram imediatamente classificadas como criticamente ameaçadas de extinção.

Mico leão da cara preta. Fonte: ICMBio. Foto de Celso Margraf. https://www.icmbio.gov.br/portal/ultimas-noticias/20-geral/10324-pesquisadores-buscam-salvar-micro-leao-de-cara-preta acessado em 17/12/2020

Perereca de Alcatraz. Fonte: SIMA. https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/2015/08/zoo-tem-sucesso-com-conservacao-ex-situ/  acessado em 17/12/2020

Ouriço Mirim. Fonte: ICMBio. Guia de Identificação de Aves e Mamíferos. https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/o-que-fazemos/monitoramento/guia_identificacao_de_aves_e_mam%C3%ADferos_3.pdf p. 19. acessado em 17/12/2020

 

Estima-se que, em conjunto, os vertebrados terrestres da Mata Atlântica, anfíbios, répteis, aves e mamíferos, somam mais de 2.100 espécies, sendo que 580 delas são endêmicas; com um território que representa 0,8% da superfície do planeta ocorrem neste bioma em torno de 5% do total de vertebrados da Terra.

Apesar de toda diversidade e endemismo, a alta taxa de destruição do ecossistema traz um elevado número de espécies ameaçadas de extinção. Quase 10% de todos os vertebrados terrestres conhecidos da Mata Atlântica e um em cada quatro daqueles que são endêmicos do bioma estão ameaçados de extinção. Dentre as aves, 10% das espécies encontradas no bioma se enquadram em alguma categoria de ameaça e, no caso de mamíferos, o número de espécies ameaçadas de extinção atinge aproximadamente 14%.
É importante lembrar ainda que o grau de ameaça pode variar entre as espécies e mesmo dentro da mesma espécie em regiões diferentes da sua área de abrangência, as ameaças regionais.

Embora não haja um levantamento geral da fauna do Município de São Bernardo do Campo, diversos estudos pontuais, principalmente ligados aos EIAs-RIMA (Estudos de Impacto Ambiental e Relatórios de Impacto Ambiental) de empreendimentos de infraestrutura, bem como comparações com inventários faunísticos de municípios limítrofes e do Núcleo Itutinga-Pilões do Parque Estadual da Serra do Mar, que tem parte de sua área no Município de São Bernardo do Campo (se estendendo também por Mogi das Cruzes, Santo André, São Paulo, Cubatão, Santos, Praia Grande), apontam para uma grande diversidade faunística na região.

Neste sentido, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente/SMA, o Parque Estadual da Serra do Mar abriga 19% das espécies de vertebrados do país e 46% de todas as espécies da Mata Atlântica. Também abriga 131 das 200 espécies endêmicas encontradas na Mata Atlântica, 42 das quais ameaçadas de extinção. Podemos confirmar esses dados a partir da análise da origem dos animais acidentados encaminhados ao CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) do nosso Zoológico Municipal nos últimos dez anos.

 

CRAS – Centro de Reabilitação de Animais Silvestres

 

São empreendimentos locais oficialmente constituídos, públicos ou privados autorizados “a receber, identificar, marcar, triar, avaliar, recuperar, criar, recriar, reproduzir, manter, destinar e reabilitar espécimes da fauna silvestre nativa para fins de programas de reintrodução no ambiente natural.” OS CRAS devem oferecer, no mínimo, ambulatório, sala de quarentena, cozinha para preparo de alimentos, recintos para diferentes tipos de espécies como aves e pequenos mamíferos. Costumam contar com uma equipe de biólogo(s), veterinário(s), tratadores e funcionário(s) administrativo(s).  (Fonte: Sistema Integrado de Gestão da Fauna Silvestre - https://sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam3/Default.aspx?idPagina=13980  – acessado em 01/12/2020)

 

 

 

 

 

 

Animais resgatados no Zoo Municipal de São Bernardo do Campo. Fotos: PMSBC, 2017 a 2019.

 

 

 

 

Quanto aos mamíferos, estudos recentes listam 321 espécies (classificados em 35 famílias e 10 ordens) na Mata Atlântica brasileira, incluindo 89 espécies endêmicas deste bioma. Os morcegos (Ordem Chiroptera) e os roedores (Ordem Rodentia) apresentam os maiores números de espécies, 120 e 108, respectivamente, somando juntas 71,0% dos mamíferos da Mata Atlântica. Em relação aos endemismos, cerca de dois terços das espécies de primatas da Mata Atlântica são endêmicas e para os roedores essa taxa é ainda maior, 55 espécies o que equivale a 50,9% das espécies do bioma.

 

Jaguatirica - Gato Maracajá. Foto: Ricardo Cassin, SECOM, PMSBC, 2014

Onça Parda - Suçuarana. Foto: Ricardo Cassin, SECOM, PMSBC, 2014

Veja curiosidades sobre algumas das espécies:

 

Jaguatirica (Leopardus pardalis)

Ocorrem no sul dos Estados unidos, onde estão praticamente extintas, e em toda a América Latina exceto no Chile. São felinos de porte médio com peso entre 7 e 15 kg, tem pelagem espessa, de coloração amarelo-dourada com rosetas escuras dispostas principalmente nas laterais do corpo. No dorso as rosetas se fundem formando listras que vão do topo dos olhos à base da cauda. Precisam de áreas bem conservadas com cobertura vegetal densa e têm hábitos solitários com atividade predominantemente noturna. Alimenta-se principalmente de pequenos e médios vertebrados, incluindo os grandes roedores (cutias e pacas), macacos, preguiças, pequenos roedores e marsupiais, aves e répteis. A gestação dura entre 72 e 82 dias após os quais nascem de 1 a 4 filhotes com 250 g cada e que permanecerão dependentes da fêmea por vários meses.

 

Onça parda ou Suçuarana (Puma concolor)

A onça-parda é o mamífero terrestre de maior extensão de ocorrência na região Neotropical, sendo encontrada originalmente desde o sul do Canadá até o extremo sul do continente sul-americano; no Brasil está presente em todos os biomas. É a segunda maior espécie de felino das Américas e a quarta maior do mundo, seu peso médio pode variar entre 40 e 72kg para os machos, enquanto que nas fêmeas varia de 34 a 48kg. O hábito alimentar é considerado oportunista, uma vez que consome uma grande variedade de presas como pacas, tatus, quatis, aves e répteis em geral, podendo também abater vertebrados de maior porte como veados, porcos-do-mato, capivaras e jacarés. Tem hábitos solitários e territorialistas, formando pares somente durante a época de acasalamento. A gestação varia entre 82 e 98 dias com nascimento de um a seis filhotes.

 

 

Furão Pequeno (Galictis cuja)

Distribui-se pela região sul da América do Sul, do sudeste do Peru até o sul da Argentina, incluindo as regiões sul, sudeste, nordeste e centro-oeste do Brasil. Possui o corpo alongado e esguio entre 27 e 52 cm de corpo com cauda de até 19 cm. O peso não ultrapassa os 2,5 kg. São diurnos e frequentemente andam aos pares ou até em pequenos grupos, caçando pequenos mamíferos, aves, répteis, anfíbios e ovos. A gestação é curta, cerca de 40 dias, e geralmente nascem entre 2 e 5 filhotes. As principais ameaças à espécie são a caça, conflito com animais domésticos, perda de habitat, atropelamentos e incêndios.

 

 

Lontra (Lontra longicaudis)

Ocorre do México à Argentina, incluindo todo o Brasil. São animais de hábitos solitários que ocupam vários tipos de ambientes aquáticos, tanto de água doce quanto salgada, abrigando-se nos costões das margens. São carnívoros que se alimentam principalmente de peixes, mas também crustáceos, anfíbios, mamíferos, insetos e aves. Tem a pelagem marrom, curta e muito densa, que impede a perda de calor durante os períodos que passa na água; as orelhas e as narinas podem ser fechadas quando o animal mergulha, as pernas são curtas, os pés possuem membranas entre os dedos e a cauda é musculosa e flexível, sendo utilizada como leme durante o deslocamento. A espécie é intensamente caçada, tanto para o comércio de sua pele, como pelo prejuízo causado a criações de peixes. A gestação dura ao redor de 56 dias e a ninhada varia de 1 a 5 filhotes.

 

 

Quati - Foto de Marcel Langthim. Fonte: https://pixabay.com/pt/ acessado em 17/12/2020

 

Macaco Prego Preto. Foto: Ricardo Cassin, SECOM, PMSBC, 2014

Furão - Fonte: https://oncafari.org/especie_fauna/furao/ acessado em 17/12/2020

 

Lontra - Foto de Carla Antonini. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lontra_longicaudis_4.jpeg  acessado em 17/12/2020

Quati (Nasua nasua)

Animal de porte médio (entre 3 e 7 kg), com atividade predominantemente diurna e que se distribui por áreas florestadas de toda América do Sul a oeste dos Andes, até a Argentina. Têm uma dieta generalista que inclui desde pequenas presas como invertebrados, anfíbios, répteis e aves, incluindo seus ovos, frutas e outros vegetais. Têm importante papel na dispersão de sementes e consequente regeneração florestal.  Possui um sistema social bastante interessante com grupos que podem chegar até 30 indivíduos, formados por fêmeas e machos até 2 anos de idade. Após esta idade, os machos são expulsos do grupo e tornam-se solitários. Durante a época de reprodução, um macho é aceito em cada grupo, porém permanece totalmente submisso às fêmeas. A gestação dura 74 a 77 dias e as ninhadas variam de 1 a 7 filhotes.

 

Macaco-prego-preto (Sapajus nigritus)

Estão presentes em florestas primárias e secundárias dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Vivem em grupos que variam entre 11 e 23 indivíduos. Podem viver até 40 anos e os machos geralmente são maiores que as fêmeas, podendo atingir 3,3 kg enquanto elas não ultrapassam os 2,5 kg. A dieta é onívora, constituída basicamente de insetos e frutos. Manipulam ferramentas, galhos e pedras com extrema habilidade e estão entre os primatas Neotropicais mais inteligentes. A gestação dura em torno de 150 dias e tem, em geral, um único filhote. 

 

 

Anta (Tapirus terrestres)

Ocorre desde o sul da Venezuela até o norte da Argentina, em áreas abertas ou florestas próximas aos cursos d’água. Ocupa todos os ecossistemas brasileiros, mas já desapareceu em cerca de 14% de sua área original. É o maior mamífero terrestre brasileiro, chegando até a 300 kg. Permanecem inativas e descansam durante o dia, saem durante a noite para se alimentar. Sua dieta é composta principalmente por folhas e fibras. Frutos também são um importante recurso alimentar, sendo que as antas possuem importante papel ecológico na dispersão de sementes. O ciclo reprodutivo é longo e a gestação dura 13 a 14 meses, nascendo apenas um filhote que pesa de 7 a 9 kg e apresenta listras brancas no corpo que desaparecem cerca de seis meses após o nascimento. É considerada como espécie vulnerável e na Mata Atlântica as principais ameaças à sua sobrevivência são decorrentes da caça e desmatamento.

 

Anta. Fonte: ICMBio. Foto de Richard Bodmer. https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/biodiversidade/fauna-brasileira/avaliacao-do-risco/ungulados/tapirus_terrestris_anta_brasileira.pdf acessado em 17/12/2020

 

Cutia (Dasyprocta azarae)

Cutias ocorrem em todo o país, porém a D. azarae tem sua distribuição restrita à região centro-oeste, sul e sudeste do Brasil. Apresentam o corpo coberto de pelos duros, cauda reduzida ou ausente e membros posteriores com três dedos. Medem entre 49 e 64 cm de comprimento e pesam de 1,5 a 5 kg. Comem frutos, brotos, sementes e raízes. Seguram os alimentos com as patas dianteiras para comer e tem o hábito de enterrar sementes para comer posteriormente. Várias destas sementes acabam germinando e por isso a cutia é um importante dispersor de sementes. A gestação leva 105 a 120 dias, quando nascem entre dois e três filhotes, que ficam com os pais até o nascimento da próxima ninhada. Os filhotes já nascem com olhos abertos e conseguindo andar. Permanecem em esconderijos por algum tempo, normalmente em buracos feitos por outros animais.

 

Cutia. Fonte:  wikicommons - https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Agouti_Azarae.JPG acessado em 18/12/2020

 

 

Preguiça Comum (Bradypus variegatus)

Ocorre em Honduras, Equador, Colômbia, Venezuela, Peru, Bolívia e no Brasil, na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Seus pelos são longos, grossos e ondulados, com coloração que varia do marrom-pálido ao marrom-amarelado; os machos adultos podem ser diferenciados das fêmeas por apresentarem nas costas uma área arredondada com pelagem mais curta e coloração amarelada ou alaranjada. Vive essencialmente em árvores e tem atividade diurna ou noturna, sendo que um mesmo indivíduo pode variar seus períodos de maior atividade ao longo dos dias. Machos são um pouco maiores que as fêmeas, atingindo pouco mais de 5 kg enquanto elas não ultrapassam os 4,5 kg. A gestação é de 120 a 180 dias e normalmente dão a luz a um único filhote.

Preguiça Comum. Foto: SECOM, PMSBC, 2020

 

Veado catingueiro (Mazama gouazoubira)

O veado-catingueiro é encontrado desde o sul do México até o norte da Argentina e no Brasil em todos os biomas. Ocupa vários ambientes, de florestas densas contínuas a savanas abertas com pequenas e poucas manchas de mata, mas sempre associado a florestas para abrigo e alimentação. Geralmente são diurnos e solitários, embora indivíduos possam ser vistos se alimentando muito próximos em épocas de baixa disponibilidade de alimento ou na época de acasalamento. Machos e fêmeas mostram um comportamento fortemente territorialista, com marcação de território feita principalmente pelos machos através do uso de sinais odoríferos e visuais. São animais tímidos e esquivos, uma vez que são presas constantes de onças, pumas, cachorros-do-mato e principalmente do homem. Alimentam-se de frutas, flores e folhas. A fêmea produz um filhote após uma gestação de aproximadamente sete meses e os filhotes nascem pintados, as manchas começam a desaparecer do quarto até o sexto mês.

 Veado Catingueiro - Foto de Felipe Peters - Fauna Digital UFRGS - https://www.ufrgs.br/faunadigitalrs/mamiferos/ordem-cetartiodactyla/familia-cervidae/veado-vira-mazama-gouazoubira/ acessado em 18/12/2020

 

 

Cateto (Pecari tajacu)

Amplamente distribuído ainda pode ser encontrado nas áreas com cobertura vegetal desde o sul dos Estados Unidos até a região central da Argentina, estando presente em todo o Brasil, em todos os biomas, exceto no extremo sul do país. Mede de 84 a 106 cm de comprimento, com a cauda em torno de 10 cm. Tem entre 30 e 50 cm de altura e pode pesar de 15 a 30 kg. O corpo é castanho-acinzentado, com faixa branca no pescoço. Vive em bandos com 5 a 25 membros, mas se dividem em subgrupos temporários que se unem no início da manhã e no fim da tarde. Os catetos são importantes na manutenção dos ecossistemas como predadores e dispersores de sementes, são onívoros, e sua dieta varia muito de acordo com o habitat em que vivem: comem diversas plantas verdes, raízes, frutos e sementes, além de pequenos vertebrados e invertebrados. A gestação leva, aproximadamente, 145 dias, quando nascem de um a quatro filhotes, normalmente dois. São bastante precoces e já conseguem acompanhar a mãe cerca de uma hora após o nascimento. 

Cateto. Foto: Ricardo Cassin, SECOM, PMSBC, 2014

Tamanduá mirim. Foto de Aline Morais. Fonte: https://pixabay.com/pt/ acessado em 18/12/2020

 

Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla)

A espécie se caracteriza pela cabeça alongada e estreita com a língua longa, delgada e viscosa. A pelagem é curta e densa, com coloração amarela e dorsalmente, apresentando duas listras pretas de largura variável que lembram um colete (Tamanduá de colete). É uma espécie comum, de ocorrência ampla, sem sofrer ameaças que comprometam severamente a população brasileira. A atividade é predominantemente noturna e durante o dia costumam se esconder em ocos de árvores, tocas de tatus ou em outras cavidades naturais. Alimentam-se geralmente de cupins e formigas encontradas no chão ou mesmo no alto das árvores. O período de gestação da espécie é de 130 a 150 dias e geralmente têm um único filhote.

 

 

A Mata Atlântica é uma das regiões com maior biodiversidade de aves no mundo e esta avifauna inclui mais de 600 espécies, das quais cerca de 160 são endêmicas. Estudos na região próxima a São Bernardo do Campo, no Parque Estadual da Serra do Mar, apontam para uma variedade superior a 230 espécies. Destas, as famílias mais representativas estão descritas na tabela abaixo.

 

 

Veja na tabela abaixo uma lista das famílias de aves mais encontradas na região do Parque Estadual da Serra do Mar - Núcleo Itutinga-Pilões.
 

Família

Representantes

Total de espécies

Trochilidae

Beija-flores

15

Accipitridae

Gaviões e águias

9

Columbidae

Pombos e rolas

9

Picidae

Tucanos, araçaris e pica-paus

9

Psittacidae

Araras, papagaios, maitacas e periquitos

6

Strigidae

Corujas

5

Thraupidae

Sanhaços, saíras, coleirinhas e afins

25

Tyrannidae

Bem-te-vis, suiriris e afins

17

Thamnophilidae

Chocas e choquinhas

16

 

Algumas curiosidades sobre as espécies da região:
 

Macuco (Tinamus solitarius)

O macuco vive em áreas de mata extensa, preferindo o chão das florestas maduras. Hoje em dia está restrito a áreas de relevo mais acidentado, de difícil acesso. Mais ouvido do que visto, dá um assobio melodioso e sonoro, em geral de manhãzinha e no fim da tarde. Às vezes é visto percorrendo trilhas tranquilas. Come sementes, frutos e insetos, que pega no chão da mata. Passa a noite empoleirado em galhos. É solitário na maior parte do ano, mas é visto em casais na época de cria. Raro, devido à pressão da caça e à destruição da floresta, suas populações reduziram-se drasticamente ou desapareceram em áreas desprotegidas.

Macuco. Fonte: SIMA. Foto de Miguel Nema. https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/pesm/especie/macuco/ acessado em 17/12/2020

 

Jacu guaçu (Penelope obscura)

Uma das maiores aves na região, mede entre ive em casais ou pequenos bandos em matas e capoeirões, tem um importante papel na dispersão das sementes de palmito (Euterpes edulis). Faz o ninho, uma tigela de gravetos forrada com folhas, oculto na vegetação emaranhada, a uns três metros de altura. Os dois a quatro ovos são chocados por aproximadamente 28 dias. Está ameaçado não só pela destruição de seu ambiente, mas também pela pressão de caça.

Jacu Guaçu. Foto de Joel Santana. Fonte: https://pixabay.com/pt/ acessado em 17/12/2020

 

Caracoleiro (Chondrohierax uncinatus)

Gavião de aparência marcante, com íris que varia do cinza-azulado ao quase branco; bico grande, largo e pontudo; tarsos curtos, amarelos; cauda larga com duas faixas claras bem visíveis. A plumagem desta espécie é altamente variável e indivíduos com padrões escuros também são encontradas. Na forma mais comum a cor da plumagem do dorso é cinza com ventre barrado nos machos adultos e dorso marrom-escuro, face cinza, ventre barrado entre o marrom e branco nas fêmeas. Gavião encontrado em florestas e bordas de matas, normalmente próximos a rios ou brejos onde gosta de ficar pousado à média altura na mata para capturar suas presas. Alimenta-se principalmente de caracóis e caramujos, mas também insetos, aranhas, lagartixas (Anolis sp.) e anfíbios arborícolas que são capturados a partir de poleiros fixos ou de buscas movendo-se de galho em galho na floresta. Constrói o ninho no alto de árvores, em alturas que variam entre 5 e 7 m do solo, onde coloca de um a dois ovos, com tempo médio de incubação de 35 dias.

 

Gavião-Pombo-Pequeno (Amadonastur lacernulatus)

Gavião endêmico da Mata Atlântica ocorre na Serra do Mar e regiões próximas do litoral do sul da Bahia até Santa Catarina. Alimenta-se principalmente de invertebrados, como insetos, aranhas e caracóis, mas captura também pequenos répteis, mamíferos e aves. O desmatamento é uma das principais causas do declínio populacional, haja vista a sua grande dependência de ambientes primários ou pouco modificados.

       

1. Gavião caracoleiro e 2. Gavião pombo pequeno, respectivamente. 1. Foto de Cesar Bollaty - Discover Lifer - https://www.discoverlife.org/mp/20p?see=I_LHT24495&res=640 2. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Gavi%C3%A3o-pombo-pequeno_(Amadonastur_lacernulatus)_-_White-necked_Hawk.jpg acessados em 18/12/2020

 

 

  

1. Maitaca-verde. Fonte: http://www.zoo.df.gov.br/maitaca-verde/. 2. Sabiá Cica. Fonte: https://commons.wikimedia.org/ acessado em 18/12/2020

Maitaca bronzeada (Pionus maximilianii)

Espécie abundante, ocorre em florestas úmidas, matas altas, matas ciliares e savanas do nordeste, centro-oeste e sudeste do Brasil, Paraguai, Bolívia até o norte da Argentina. Tem hábitos gregários, reunindo-se em grupos de 6 a 8 indivíduos. Alimenta-se basicamente de frutos e sementes. O período de reprodução vai de setembro a fevereiro e os ninhos são feitos em buracos, troncos e barrancos, geralmente forrados com penas e madeira raspada para evitar a umidade das fezes dos filhotes. São colocados entre 3 e 5 ovos e o período de choco é em torno de 35 dias.

 

Sabiá-cica (Triclaria malachitacea)

Espécie pouco comum, vive nas matas de encostas da serra e no litoral desde o sul da Bahia até o Rio Grande do Sul. Alimenta-se de frutos silvestres (como os coquinhos da palmeira juçara) e pode sair da mata para se alimentar. Vive em casal e reproduz-se de agosto a fevereiro. Faz ninho em ocos altos de árvores (a uns três metros de altura), especialmente em palmeiras. Muito territorial, os ninhos ficam bem afastados entre si. Apresenta o canto melodioso e daí o seu nome, que em Tupi significa a “mãe do sabiá”. Está ameaçado pelo desmatamento e pela degradação ambiental, além de ser cobiçado para cativeiro, como os outros papagaios.

 

 

Murucututu de barriga amarela (Pulsatrix koeniswaldiana)

É uma das corujas de grande porte mais comuns da Mata Atlântica; encontrada desde o sul da Bahia até o Rio Grande do Sul. Habita o interior de florestas úmidas primárias ou secundárias e suas bordas, podendo inclusive se aventurar em clareiras e outras áreas com árvores esparsas. Estritamente noturna, caça insetos grandes, aranhas, répteis, anfíbios, aves e especialmente roedores e outros mamíferos de pequeno e médio porte. Cria em ocos de árvores, colocando dois ovos que são incubados exclusivamente pela fêmea por 35 dias, e após o nascimento, os filhotes permanecem no ninho por cerca de 5 semanas. 

 

 

Tucano de bico verde (Ramphastos dicolorus)

Tucano de porte médio que pesa de 260 a 390 gramas, comprimento ao redor de 40 cm, 1/3 do qual corresponde ao bico. Ocorre no sul e sudeste do Brasil, Paraguai e Argentina, onde vive em pares ou bandos que percorrem o dossel da mata e aparecem em áreas abertas próximas. Alimenta-se de frutos como o da palmeira juçara, e também filhotes de aves e outros pequenos vertebrados e invertebrados. O casal ocupa ocos de árvores, que muitas vezes amplia, e põe os ovos direto na madeira, sem qualquer forração. Tem o canto rouco e lento que pode ser ouvido de longe. Sua área de ocorrência reduziu-se muito com a destruição da Mata Atlântica. Ainda é caçado pela carne ou perseguido por comer frutos cultivados Apesar de parecer pesado, o bico do tucano-de-bico-verde é bem leve, com uma estrutura interna porosa como uma esponja, mas muito resistente.

Murucutu de barriga amarela. Fonte: https://commons.wikimedia.org/ acessado em 18/12/2020

Tucano do bico verde. Fonte: ICMBio. Foto de Luiz Carlos Ribenboim  https://www.icmbio.gov.br/parnaitatiaia/galeria-de-imagens/aves/4-aves/detail/27-tucano-de-bico-verde-e-filhote-foto-luiz-carlos-ribenboim.html acessado em 18/12/2020

Araçari-banana. Fonte: https://commons.wikimedia.org/ acessado em 18/12/2020

Pica-pau de cabeça amarela. Fonte: https://commons.wikimedia.org/ acessado em 18/12/2020

 

Araçari-Banana (Pteroglossus bailloni)

O araçari-banana habita matas em regiões serranas do sul e sudeste do Brasil, Paraguai e Argentina. Vive em casal ou em pequenos bandos próximos a cursos de água. Alimenta-se de frutos e também flores, folhas e insetos. Pode predar ovos e filhotes de outras aves. Pouco se sabe sobre sua reprodução. Aninha em ocos de árvores altas, como nos ninhos vazios de pica-paus. Encontrado sobretudo em áreas protegidas, está ameaçado por desmatamento, captura ilegal e caça.

 

 

Picapau de cabeça amarela (Celeus flavescens)

Habita matas e capoeiras de grande parte do Brasil, do baixo Amazonas ao Rio Grande do Sul, Paraguai e Argentina, que pode visitar pomares nas vizinhanças. Alimenta-se de insetos como formigas, larvas, cupins e besouros, mas sua dieta também inclui frutos. Cabeça e face amarelos, com proeminente topete da mesma cor; macho com faixa malar vermelha (bochecha). Partes superiores pretas, barradas de branco e partes inferiores uniformemente pretas. Constrói seu ninho em cavidades escavadas em formigueiros arborícolas e em árvores secas, onde põe 2 a 4 ovos brancos e brilhantes. O macho incuba e cuida dos filhotes também.

 

 

Sanhaçu-Frade (Stephanophorus diadematus

Conhecido também como azulão da serra é um passeriforme da família Thraupidae que habita as matas baixas e de serras nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Mede 19 centímetros de comprimento e pesa cerca de 40 gramas (macho). A fêmea tem a cor com um brilho um pouco mais discreto que o macho, já o imaturo tem cor de fuligem. O que diferencia o macho da fêmea é o tamanho do branco no alto da cabeça, que no macho é maior, atingindo até a nuca. Completa a maturidade sexual aos 12 meses. Faz ninho tipo taça onde são depositados entre 3 e 4 ovos que nascem após 13 dias.

 

Saíra-sete-cores (Tangara seledon)

Habita matas e capoeiras e visita clareiras, roças com árvores isoladas e jardins da Bahia e Minas Gerais ao Rio Grande do Sul e também do sudeste do Paraguai e no nordeste da Argentina. Forma pequenos grupos com até dez integrantes, nos quais os machos adultos destacam-se pelo colorido mais vivo. Alimenta-se de frutos como os das palmeiras, goiaba, mamão, ameixa e caju e também de frutos silvestres, além de bagas de bromélias e insetos. O ninho, muito bem escondido na folhagem, é uma tigela funda e caprichada, feita de ervas, raízes finas e folhas secas. A fêmea põe três ovos, brancos com manchas castanhas. Em muitos locais ainda é numeroso, mas desapareceu de vastas áreas devido à destruição da Mata Atlântica. É perseguido como ave de gaiola. 

   

1. Sanhaçu-frade. Foto de Jederson Schwanz, 2013 - http://www.fotografandopassarinhos.com.br/2013/09/sanhacu-frade-stephanophorus-diadematus.html acessado em 18/12/2020. 2. Saíra-sete-cores. Foto de Renato Augusto Martins - wikicommons - https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sa%C3%ADra-sete-cores_-_Tangara_seledon.jpg  acessado em 18/12/2020

 

     

1. Saíra-militar (Tangara cyanocephala) - Foto de Stephen J. Jones. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sa%C3%ADra-militar_(Tangara_cyanocephala)_ESEC_Caet%C3%A9s,_PE.jpg 2. Saí-azul (Dacnis cayana). Foto de Evaldo Resende. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sa%C3%AD-azul_-_Dacnis_cayana.jpg acessado em 18/12/2020

 

 

Saíra militar (Tangara cyanocephala)

Ocorre no Sudeste e Sul do Brasil, com populações isoladas de raças geográficas no Nordeste brasileiro (PE, PB, AL e CE). Mede entre 10 e 13 centímetros de comprimento e pesa entre 16 e 21 gramas. Apresenta a evidente faixa vermelho vivo ao redor do pescoço e coroa azul metálico no alto da cabeça. Nas fêmeas a faixa vermelha é mais apagada, tendendo à tonalidade canela. Vive em matas e capoeiras, e visita jardins, roças abandonadas e pomares vizinhos. A fêmea tem colorido mais pálido do que o macho. Em pares ou grupinhos, percorre as copas, alimentando-se sobretudo de frutos e também de insetos e aranhas. Procura alimento ativamente, em geral bem no alto das árvores: examina sob os galhos, de cabeça para baixo, em busca de presas. Desce para procurar frutos em moitas. Sabe-se pouco sobre sua reprodução. A fêmea põe três ovos, que choca sozinha por 12 a 13 dias. Ambos os pais alimentam os filhotes, com insetos e frutos.

 

Saí-azul (Dacnis cayana)

O saí-azul vive na borda da mata e em capoeiras e capoeirinhas, costuma frequentar pomares e jardins nas vizinhanças. Em casais ou em grupinhos familiares, percorre a copa das árvores, descendo até arbustos para se alimentar. Sua dieta variada inclui frutos silvestres e insetos. Também suga néctar, enfiando o bico na base de flores nativas ou cultivadas. Visita bebedouros de beija-flor, onde se agarra às flores de plástico para tomar água. Pode associar-se a outros pássaros comedores de frutos, como saíras e outras espécies de saís, formando bandos mistos.

 

Pixoxó (Sporophila frontalis)

Ave pouco comum, encontrada da Bahia ao Rio Grande do Sul em matas densas e taquarais da Mata Atlântica de montanha ou de encosta e também em terrenos cultivados (arrozais). Mede cerca de 12,5 centímetros de comprimento e pesa entre 20 e 21 gramas e alimenta-se de sementes (granívoro), principalmente as sementes do taquaruçu. As ninhadas geralmente são de 2 a 3 ovos, tendo de 2 a 4 ninhadas por temporada. Os filhotes nascem após 13 dias. Atualmente é considerado vulnerável devido a destruição dos habitats e captura para o tráfico de animais.

Pixoxó. Foto de Dario Sanches. Fonte: https://commons.wikimedia.org/ acessado em 18/12/2020

Araponga (Procnias nudicollis)

Os machos adultos têm em torno de 27 cm e são inteiramente brancos com a garganta nua e de coloração verde; as fêmeas são um pouco menores com coloração predominantemente verde-oliva, cabeça e a garganta cinza e a parte inferior amarela com estrias amarelo-esverdeadas. Seu canto é um estridente grito agudo e metálico (“Tééin”), lembrando o som de um ferreiro batendo o martelo em uma bigorna. Alimentam-se de frutas e insetos e apresentam um importante papel na disseminação de sementes. Habita matas primárias e florestas preservadas de Pernambuco, sul da Bahia, Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, sul de Mato Grosso do Sul e regiões vizinhas da Argentina e Paraguai. Em decorrência do desmatamento e da captura encontra-se ameaçada de extinção.

Araponga. Fonte: https://commons.wikimedia.org/ acessado em 18/12/2020

 

Pavó (Pyroderus scutatus)

É uma espécie pouco comum que habita o interior e as bordas de florestas altas, especialmente em regiões montanhosas da Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Paraguai, Argentina e o Brasil, da Bahia ao Rio Grande do Sul. É um passeriforme grande cujo macho pode medir mais de 45 cm e as fêmeas um pouco menores, não atingem os 40 cm. Tem o corpo castanho muito escuro e a garganta, cor de fogo (Pyroderus). Sua vocalização é muito grave e lembra o som que se produz ao se assoprar dentro de uma garrafa. A alimentação é predominante frugívora, mas ingere também invertebrados e pequenos vertebrados como anfíbios, répteis e aves. Durante o período reprodutivo reúne-se em grupos de até 10 indivíduos, havendo exibição do papo e vocalizações. Faz o ninho em formato de uma pequena e frágil plataforma de gravetos. Põe 2 ovos amarelados com manchas marrom-avermelhadas. Embora as populações da Mata Atlântica sofram declínio por causa do desmatamento, ainda não é considerada ameaçada de extinção.

 

Pavó. Fonte: https://commons.wikimedia.org/ acessado em 18/12/2020

 

Em relação aos répteis, o Brasil apresenta 795 espécies nativas em seu território, sendo 405 espécies de serpentes, 276 de lagartos, 72 de anfísbenídios (cobra cegas), 36 de quelônios (cágados, tartarugas e jabotis) e seis espécies de jacarés.

A Mata Atlântica é um bioma particularmente rico em espécies de anfíbios e répteis, pois comporta uma elevada diversidade de hábitats e micro hábitats, favorecendo o número de espécies especialistas em determinado tipo de ambiente e, consequentemente, o número de endemismos. Segundo Tozetti et all a Mata Atlântica abriga cerca de 300 espécies sendo 13 espécies de quelônios nativos e duas introduzidas; 2 espécies de crocodilianos nativos e 1 introduzida; 190 espécies de serpentes e pouco mais de 90 espécies de lagartos.

Cágado-da-serra (Hydromedusa maximilianii)

H. maximiliani é restrito aos riachos de corredeira, arenosos e rochosos e com águas claras, normalmente com pequenas cachoeiras. É um cágado de menor porte, com comprimento linear médio da carapaça variando de 100-200 mm, sendo os machos maiores que as fêmeas. A idade de maturação sexual em fêmeas varia entre 09 e 15 anos, enquanto para machos a média é de 14 anos. O período de incubação estimado é de 250 a 300 dias e as ninhadas são bastante reduzidas, entre 1 a 3 filhotes.

 

Teiú (Salvator merianae)

O lagarto teiú é uma espécie de grande porte, atingindo até 1,5 m de comprimento até a ponta da cauda. Distribui-se pelo Paraguai, Uruguai, Argentina, Bolívia e Brasil, onde ocupa diferentes biomas como Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica. Há registros de introdução da espécie no arquipélago de Fernando de Noronha e no estado da Flórida, nos Estados Unidos. Sua dieta é generalista, alimentando-se de diferentes vegetais, diversos vertebrados, ovos e mesmo, material em decomposição (carniça). Para se defender de possíveis ameaças costuma inflar o corpo e aplicar “chicotadas” com a cauda. As fêmeas nidificam na mata e depositam em torno de 30 ovos em serapilheira e os filhotes nascem entre os meses de janeiro e março. 

 

 

  

1. Cagado da serra. Fonte: ICMBio. https://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/estado-de-conservacao/7403-repteis-hydromedusa-maximiliani-cagado-da-serra 2. Teiú. Fonte: https://www.ufrgs.br/faunadigitalrs/teiu-salvator-merianae/ acessado em 18/12/2020

Coral verdadeira (Micrurus coralinus)

Distribui-se no Brasil pelos estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e também na Argentina e Paraguai. Embora meça entre 50 cm e 1 m e tenha hábitos tanto diurnos quanto noturnos, esta espécie costuma manter-se sob o folhiço acumulado no chão e por isso é difícil de ser observada. A dentição é proteróglifa (pequenos dentes injetores na frente da arcada superior) e a peçonha (“veneno”) está entre as mais potentes das serpentes brasileiras. Alimenta-se preferencialmente de outras serpentes, mesmo as peçonhentas como jararacas. É ovípara, coloca de 4 a 10 ovos que são deixados para incubar no folhiço. É bastante tímida, foge rapidamente ao encontro das pessoas e por isso é responsável por menos de 1 5 dos acidentes ofídicos no país.

Coral verdadeira. Fonte: https://www.ufrgs.br/faunadigitalrs/ acessado em 18/12/2020

 

Jararaca-da-mata (Bothrops jararaca)

A jararaca é uma serpente peçonhenta que pode ser encontrada nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia em ambientes de Mata Atlântica, Cerrado, em áreas rurais perto de plantações e mesmo regiões urbanas. Embora apresente variações de cores que vão do cinza ao pardo amarelado e marrom, possui um padrão de escamas bem caracterizada por desenhos dorsais em "V" invertido escuros bem destacados, orlados de cores mais claras, corpo delgado tendo em media 120 cm de comprimento e as fêmeas tendem a serem maiores e mais pesadas do que os machos. O pico de sua atividade é crepuscular e noturna sendo mais intensa na estação chuvosa. As fêmeas são vivíparas (incubam os ovos dentro de seus ovidutos), produzindo entre 10 e 18 filhotes por vez que nascem preferencialmente nas épocas mais chuvosas, onde há maior disponibilidade de alimento. Os filhotes têm a dieta composta principalmente de anfíbios e os adultos alimentam-se basicamente de roedores. São as responsáveis pela grande maioria dos acidentes ofídicos no Brasil.

 

Jararaca da mata. Fonte: https://commons.wikimedia.org/ acessado em 18/12/2020

 

Jacaré de papo amarelo (Caiman latirostris)

O jacaré-de-papo-amarelo está distribuído em grande parte da região sudeste da América do Sul, ocupando rios, mangues e áreas alagáveis na Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai, entre os paralelos 5°N e 34°S. No Brasil, a espécie é encontrada nos biomas Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Pampas, desde a região costeira do Rio Grande do Norte e Pernambuco, passando pelas bacias dos rios São Francisco e Paraná/Paraguai, até alcançar a Lagoa dos Patos e Mirim, no Rio Grande do Sul. Caiman latirostris geralmente ocorre em ambientes lênticos, ou seja, alagados e ambientes de água parada, sendo frequentemente encontrado em lagoas marginais, manguezais, brejos e pântanos de água doce e salgada (Moulton et al. 1999). Também coloniza facilmente ambientes alterados pelo homem, tais como estações de tratamento de efluentes, açudes para o gado e reservatórios de usinas hidrelétricas. Os adultos atingem tamanho médio entre 1,5 e 2,0m de comprimento total (Verdade 2001a).  Contudo, machos adultos podem alcançar 3m, enquanto que as fêmeas são menores e raramente atingem 2m de comprimento total. A dieta dos jovens é baseada em invertebrados e pequenos vertebrados (artrópodes, crustáceos, pequenos peixes e anfíbios), enquanto que os adultos consomem invertebrados, peixes maiores, répteis, aves e mamíferos de pequeno e médio porte. Moluscos são comuns na dieta de jacarés de todos os tamanhos

Jacaré do Papo Amarelo. Foto de Zilca Campos - Portal Embrapa - https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/25725862/conheca-o-jacare-de-papo-amarelo acessado em 18/12/2020

 

 

Cobra cipó (Chironius bicarinatus)

Distribui-se pela Mata Atlântica da Bahia ao Rio Grande do Sul e também norte da Argentina, Paraguai e Uruguai. Serpente não peçonhenta, ou seja, não venenosa, de tamanho mediano à grande, possui corpo muito delgado e cauda longa. Alimentam-se de anfíbios e de lagartos. Ovípara, há registros de fêmeas que portam de quatro a dez ovos. Quando ameaçadas elevam a parte superior do corpo, inflam e achatam lateralmente o pescoço e escancaram a boca. É uma espécie opistóglifa (pequenos dentes inoculadores de peçonha na porção final da arcada dentária) cujo veneno, em geral, não apresenta efeito letal sobre os seres humanos.

Cobra Cipó. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki acessado em 18/12/2020

 

Papa vento. Foto de Renato Augusto Martins. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Papa_vento_-_Enyalius_catenatus.jpg acessado em 18/12/2020

 

Caninana. Foto de Leandro Avelar. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Caninana_emitindo_alerta.jpg acessado em 18/12/2020

Papa vento (Enyalius iheringi)

Lagarto pequeno com cerca de 12 centímetros, mas com uma cauda que pode medir até o dobro do comprimento corporal. De ocorrência comum, habita a Mata Atlântica do sudeste onde vivem entre a serapilheira e os primeiros metros do sub-bosque das florestas. Machos tem capacidade de mudar de cor, embora de forma limitada, variando entre verde folha e castanho escuro, e as fêmeas são geralmente verde oliva e possuem duas listras brancas ao longo das vértebras. São diurnos, forrageadores ativos (saem à procura de suas presas) e sua dieta é composta basicamente por artrópodes como besouros, larvas de borboletas e aranhas.

 

Caninana (Spilotes pullatus)

Existem 5 espécies de caninana que se distribuem do México ao norte da Argentina. No Brasil ocorrem 3 espécies que se distribuem por todo território, sendo que S. pullatus é a representante do gênero na Mata atlântica. É uma das maiores serpentes da Mata Atlântica, podendo atingir até 2,5 metros, com cabeça e dorso predominante pretos com estrias e manchas amarelas enquanto o ventre é amarelo com manchas pretas. Embora não seja peçonhenta, é conhecida pelo temperamento agressivo: quando se sente ameaçada, infla o pescoço e vibra a cauda para intimidar e enfrentar o predador. Tem hábitos terrestres e também arborícolas alimentando-se de aves, roedores, anfíbios e de mamíferos de pequeno porte. Na época de reprodução os machos realizam lutas ritualizadas afim de determinar quem deverá copular com a fêmea. Em geral são postos oito ovos que são incubados no folhiço por 65 dias.

Como pudemos ver, no Brasil e também na Mata Atlântica, existe uma enorme biodiversidade. Contudo, o crescimento descontrolado das cidades em direção ao ambiente natural promove a destruição, isolamento ou diminuição dos hábitats e a consequente redução e desaparecimento de espécies. Estudos indicam que esta perda da biodiversidade é particularmente notável em espécies frugívoras de médio e grande porte.

Entretanto, os centros urbanos podem ser encarados como tipos específicos de ecossistemas que, embora imensamente mais “pobres” que os meios naturais, oferecem nichos com disponibilidade de abrigos e alimentos que vão satisfazer as necessidades de algumas espécies em particular. Sendo assim, embora indesejável e destruidora, a substituição dos sistemas naturais por conglomerados urbanos artificiais possibilita o estabelecimento de uma fauna urbana particular, composta em geral por um número reduzido de espécies com hábitos generalistas e grande capacidade de adaptação.

A fauna urbana pode ser classificada em três grupos principais, os animais domésticos, os animais sinantrópicos e também animais selvagens. Estes últimos podem também ser classificados em outros três grupos, baseados em sua origem:

1. Espécies de outros ecossistemas, geralmente áreas abertas, que se aproveitam das novas características e colonizam o novo ambiente. Em São Bernardo do Campo podemos classificar neste grupo as aves de rapina como o Carcará (Caracara planchus) e o falcão de coleira (Falco femoralis).

2. Espécies locais que a despeito da modificação do ambiente conseguem se adaptar e por vezes tirar proveito das novas condições oferecidas como a jararaca (Bothrops jararaca) e o gambá de orelhas pretas (Didelphis albiventris).

3. Animais que colonizaram o ambiente após introduções voluntárias ou acidentais. Na nossa região, são exemplos marcantes e importantes a introdução de saguis de tufo preto (Callithrix penicillata), saguis de tufos brancos (C. jacchus)  e do papagaio verdadeiro (Amazona aestiva) em diversas áreas do município. Longe de ser um evento desejável, é importante lembrar que a introdução de fauna é um dos grandes fatores de extinção de espécies nativas.

 

Embora não existam registros oficiais para São Bernardo do Campo, levantamentos feitos no Município de São Paulo apontam que das 1.121 espécies inventariadas no Município, 01 é da Classe Bivalvia (moluscos de conchas duplas), 22 são da Classe Gastropoda (moluscos variados como lesmas e caracóis), 02 são da Classe Malacostraca (caranguejo e lagostim), 03 são da Classe Chilopoda (lacraia), 36 são da Classe Arachnida (aranhas), 331 da Classe Insecta, 50 da Classe Osteichthyes (peixes), 57 da Classe Amphibia (rãs, sapos e pererecas), 49 da Classe Reptilia (cágados, crocodilos, lagartos e serpentes), 464 da Classe Aves e 106 da Classe Mammalia (mamíferos).

Dentre elas, 171 espécies são endêmicas, 93 constam da lista de espécies ameaçadas no Estado de SP, 21 na lista brasileira e 51 de acordo com a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN).

Em janeiro de 2016, uma onça pintada (Panthera onca onca) foi observada no Núcleo Curucututu do Parque Estadual da Serra do Mar, limite sul da capital paulistana que faz divisa com nosso município. É importante lembrar que os indivíduos desta espécie têm uma extensa área de distribuição e que provavelmente este indivíduo transite por áreas interligadas a esta região, o que pode incluir São Bernardo do Campo. Estima-se que existam cerca de 250 onças pintadas em toda Mata Atlântica, uma espécie ameaçada de extinção.
 
Veja algumas das espécies que podemos encontrar no ambiente urbano e suas curiosidades.

 

MAMÍFEROS:

Gambá de orelhas pretas (Didelphis aurita)

Também chamado de saruê, são encontrado no Paraguai, Argentina e no leste do Brasil. Habita a Mata Atlântica, embora já não seja comum em vários estados do Nordeste e florestas de araucária, além áreas de urbanas e periurbanas. O corpo mede entre 76 e 90 cm e o peso pode variar entre 1,5 e 1,8 Kg. Sua pelagem é constituída de duas camadas, uma interna mais acastanhada e a externa, cinza ou preta e mais longa. Como o nome diz, as orelhas são peladas e negras. É uma espécie onívora e oportunista que se alimenta de insetos, larvas, frutas, pequenos roedores, ovos, cobras, escorpiões, etc. Tem hábitos noturnos e crepusculares e durante o dia abriga-se em ocos de árvores, entre folhas, ninhos de aves e forro de residências. Essa espécie adapta-se muito bem a vários ambientes vivendo até mesmo em grandes centros urbanos. Alimentam-se de pequenos mamíferos, invertebrados, aves, répteis, sementes e frutos. A gestação é muito curta, 13 dias, e os filhotes completam seu desenvolvimento no marsúpio (bolsa) onde ficam presos nas tetas da mãe por três meses. Em geral as ninhadas têm entre 8 e 13 filhotes e podem ocorrer duas crias por ano.

 

Gambá de orelha preta. Fonte: https://commons.wikimedia.org/ acessado em 18/12/2020

 
Capivara (Hydrochaeris hydrochaeris)

É o maior roedor do mundo podendo chegar a 1,20 de comprimento e cerca de 80 kg. A pelagem é de cor castanha e textura áspera, sendo mais longa no dorso. Tem a cDistribui-se por toda América do Sul, a exceção do Chile e habita margens de rios e lagos, áreas alagáveis e represas. São animais que vivem em grupo e formam bandos que podem conter entre 4 e 40 indivíduos. A alimentação é herbívora, principalmente gramíneas e plantas aquáticas e um adulto pode chegar a comer 40 kg por dia. Tem uma alta fecundidade, com 2 partos anuais com o nascimento de 3 filhotes em média, após gestação de 120 dias. Devido à grande adaptação ao meio urbano e à falta de predadores, vem se tornando um sério problemas em diversas regiões do Estado de SP.

Capivaras. Foto de Clodomiro Esteves Junior. Fonte: https://commons.wikimedia.org/ acessado em 18/12/2020

 

AVES

Pombo doméstico (Columba livia)

A pomba doméstica é uma ave exótica trazida, na época da colonização do Brasil, pelos portugueses e espanhóis, como animal de estimação. Adaptou-se com facilidade ao ambiente urbano, uma vez que descende de aves que tinham o hábito de se instalar em buracos nas rochas do Mediterrâneo. Por seu aspecto dócil e frágil, o ser humano passou a conviver com a ave de forma amistosa, criando inclusive o hábito de atraí-los com comida. Podem transmitir várias doenças e, atualmente, cerca de 75 patógenos, com potencial para causar danos à saúde da população humana, já foram relacionados a estes animais.

 

Pombo. Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/pombo-m%C3%A3o-pessoa-alimenta%C3%A7%C3%A3o-asas-943273/ acessado em 18/12/2020

Papagaio verdadeiro (Amazona aestiva)

Originariamente habita florestas úmidas, savanas, matas de galeria, áreas cultivadas com árvores e matas com palmeiras do leste da Bolívia, Paraguai, norte de Argentina e interior do Brasil, no Nordeste (Piauí, Pernambuco e Bahia), Centro-oeste, Sudeste (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro) e no Sul, Santa Catarina (inclusive litoral) e Rio Grande do Sul. Atualmente vem ocupando naturalmente ou em decorrência de fugas e introduções diversas outras áreas, inclusive grandes cidades como São Paulo e São Bernardo do Campo. Alimenta-se de frutos e sementes e costuma se reproduzir entre setembro e março, formando casais bastante duradouros. O ninho é feito em buracos de rochas erodidas, barrancos ou ocos de árvores e os filhotes permanecem em seu interior até cerca de 2 meses de idade.

 

Papagaio verdadeiro. Fonte: https://pixabay.com/pt/users/ginaundjosie-23504/ acessado em 18/12/2020

 

 

   

1. Periquito Rico. Foto de Dario Sanches. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:PERIQUITO-RICO_(_Brotogeris_tirica)_(2087239475).jpg 2. Periquitão Maracanã. Foto de Jair Moreira. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Periquit%C3%A3o-maracan%C3%A3.jpg acessado em 18/12/2020

 

 

 

Periquito Rico (Brotogeris tirica)

É uma ave típica da Mata Atlântica, ocorrendo de Alagoas e da Bahia ao Rio Grande do Sul. Habita florestas, campos e áreas abertas como parques e jardins. Mede ao redor de 21 cm sendo o macho levemente maior que a fêmea. A coloração básica é verde, mas apresenta peito e abdômen levemente amarelado e a cauda é longa e verde azulada. Alimenta-se de frutas, sementes, larvas de insetos e utiliza o bico como um terceiro pé para segurar a comida e levá-la até a boca. Constroem ninhos em cavidades de árvores ou nas bainhas foliares de palmeiras, junto ao tronco e colocam 4 ovos brancos cuja incubação dura cerca de 26 dias. Deixam o ninho cinco semanas após o nascimento dos filhotes.

 

Periquitão Maracanã (Psittacara leucophthalmus)

Encontrada em florestas, pântanos, matas de galeria da Colômbia e Venezuela até o norte da Argentina, Uruguai e todo o Brasil. Vem se tornando cada vez mais comuns em áreas urbanas. Voa em bandos de 5 a 40 indivíduos e dorme coletivamente em variados lugares de onde partem à procura de frutos e sementes. Os casais nidificam isoladamente em ocos de pau, palmeiras de buriti, paredões de pedra, e também embaixo de telhados de edificações humanas, o que ajuda muito na sua ocupação de espaços urbanos. Mantêm-se discretos quando fazem ninhos em habitações, chegando e saindo dele silenciosamente e esperando pousados em árvores até que possam voar para o ninho sem serem percebidos. Como a maior parte dos psitacídeos, não coletam materiais para a construção do ninho, colocando e chocando os ovos diretamente sobre o solo. Quando fazem ninhos em habitações, costumam roer fios e causar curto-circuitos.

 

Quero-quero (Vanellus chilensis)

Ave típica da América do Sul é encontrado em campos abertos como grandes campinas, espraiados dos rios, pastagens e áreas urbanas, onde parece gostar muito de campos de futebol. É uma ave bastante territorial e costuma dar um alarme estridente toda vez que outros animais penetram seu território e, principalmente quando estão chocando ou com filhotes no ninho, dão voos rasantes em direção do intruso como se fossem atacá-los. São em geral monogâmicos e constroem ninhos muito simples que não passam de uma pequena depressão no solo com um pequeno amontoado de folhas secas e gravetos. Põem de três a quatro ovos esverdeados de casca pintada de negro e os filhotes já são capazes de andar e correr logo após o nascimento. Alimentam-se de pequenos vertebrados, insetos, caracóis e minhocas.

Quero-quero com filhotes. Foto de Halley Pacheco de Oliveira. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Quero_quero_vanellus_chilensis_filhotes.jpg acessado em 18/12/2020

 

Urubu (Coragyps atratus)

Comprimento entre 56 e 76 centímetros, quase 1,5 metros de envergadura de envergadura e peso entre 1 e 2,8 kg. Voa em grandes altitudes aproveitando as correntes de ar quente e assim diminuindo grandemente o gasto de energia. Tem a visão bastante aguçada e a utiliza para localizar carcaças de animais mortos ou incapazes de fugir como filhotes de tartarugas, de aves ou outros animais muito debilitados. Faz seu ninho em ocos de árvores mortas, entre pedras e outros locais abrigados, muitas vezes no interior de construções humanas como varandas e coberturas. Em geral, põe 2 ovos branco-azulados manchados com pontos marrons que são chocados por um período que varia de 32 a 39 dias. No final, nascem filhotes com penugem amarelada e o bico reto colorido de azul-escuro. Após 3 semanas estarão brancos com uma estreita faixa negra circundando a cabeça. Aos 2 meses quando começa a dar os primeiros voos a plumagem já está totalmente negra como a dos adultos. Vive em grupos, às vezes de dezenas de indivíduos. Ocorre do meio dos Estados Unidos à América do Sul, incluindo todo o Brasil, menos em áreas florestadas. Em razão do desmatamento, sua área de ocorrência tem-se expandido.

 

Urubu. Foto de Dario Sanches. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Coragyps_atratus-2.jpg acessado em 18/12/2020

 

Carcará (Caracara planchus)

Tem distribuição geográfica bastante ampla, habita regiões abertas, sejam campos naturais, pastagens, praias ou mesmo centros urbanos, desde o sul dos Estados Unidos até a Argentina, incluindo todo o Brasil. Para alertar outros carcarás, dobra o pescoço para trás e emite um som que lembra seu nome: “caracará”. Mede cerca de 56 cm de comprimento, envergadura de até 123cm, peso médio entre 800g e 1kg, sendo que o macho é ligeiramente menor que a fêmea. Bastante oportunista, alimenta-se desde invertebrados, pequenos mamíferos, até animais moribundos ou atropelados nas estradas. Vive solitário, aos pares ou em pequenos grupos e pode ser observado junto a urubus (Coragyps atratus), muitas vezes seguindo-os para se aproveitar da sua grande capacidade de localizar carcaças. Constrói um ninho rústico com galhos em bainhas de folhas de palmeiras ou em outras árvores e as vezes aproveita-se do ninho de outras aves. A postura em geral é constituída por 2 ou 3 ovos que são incubados por ambos os pais durante 28 dias. O filhote sai do ninho por volta do terceiro mês de vida, mas continua demandando os cuidados dos pais por mais algum tempo.

 

Carcará. Foto de Auluz. Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/carcar%C3%A1-argentina-patag%C3%B4nia-2569981/ acessado em 18/12/2020

 

Garça branca (Ardea alba)

É uma ave cosmopolita que ocupa áreas alagadas, rios e lagos de todos os continentes com exceção da Antártida. No Brasil distribui-se por todo território, ocorrendo inclusive em áreas alagadas próximas e no interior de grandes cidades. Chega a atingir 90 centímetros de comprimento com peso que pode variar entre 700 e 1200 gramas. Tem as penas completamente brancas e na época da reprodução os indivíduos de ambos os sexos apresentam longas penas no dorso chamadas egretas. O ninho é uma plataforma solta feita de gravetos, caules de plantas aquáticas, com um metro de diâmetro em média e 20 cm de espessura onde a fêmea põe 4-5 ovos lisos, azul esverdeados ou azuis claros. A incubação dura 23 ou 24 dias, e é feita pelo casal. Alimenta-se de peixes, de pequenos roedores, anfíbios, répteis, insetos aquáticos, pequenas cobras, caranguejos e moluscos. Em áreas urbanas podem ser encontradas se alimentando de lixo.

 

Garça branca. Foto de Ricardo Cassin, SECOM, PMSBC, 2017

Sabiá laranjeira (Turdus rufiventris)

Ocorre na América do Sul em países como Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil nas regiões nordeste, centro-oeste, sudeste e sul onde habitam bordas de floresta, áreas rurais e áreas urbanas arborizadas. Alimenta-se basicamente de insetos, larvas, minhocas e frutas maduras, incluindo frutas cultivadas e é um importante dispersor de sementes. O ninho é feito em árvores e arbustos e também em construções humanas utilizando fibras, gravetos e lama. O período de incubação é de 13 dias e a postura em geral de 3 ou 4 ovos. Canta principalmente ao alvorecer e à tarde. O canto serve para demarcar território e, no caso dos machos, para atrair a fêmea. A fêmea também canta, mas numa frequência bem menor que o macho.

 

Chupim (Molothrus bonariensis)

Habitam toda América do Sul, menos na Cordilheira dos Andes, incluindo todo território brasileiro. Ocupam paisagens abertas como campos, pastos, parques e jardins. A fêmea é marrom-escura e o macho adulto é preto-azulado sendo muitas vezes confundido com o pássaro preto (Gnorimopar chopi). Alimentam-se de insetos, sementes e frutos. Não constrói ninho, as fêmeas botam 4 a 5 ovos, em diferentes ninhos de outras espécies. Em geral o filhote de chupim é maior que o dos hospedeiros e joga os filhotes do ninho para receber os cuidados exclusivos da “mãe adotiva”. Cerca de 170 espécies já foram relatadas como hospedeiras de filhotes de chupim. 

 

 

 

1. Chupim. Foto de Dario Sanches. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Molothrus_bonariensis.jpg 2. Sabia-laranjeira. Fonte: Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/ acessado em 18/12/2020

  

1. Pardal. Foto de Dario Sanches Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Flickr_-_Dario_Sanches_-_PARDAL_(_Passer_domesticus_)_(1).jpg 2. Tico-tico. Foto de Dario Sanches. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:TICO-TICO_(Zonotrichia_capensis_)_(2195772708).jpg acessado 18/12/2020

 

Pardal (Passer domesticus)

Tem origem no Oriente Médio, mas dispersou-se pela Europa e Ásia, chegando à América por volta de 1850 e no Brasil em 1903. Hoje, estas aves são encontradas em quase todos os países do mundo, o que as caracteriza como uma espécie cosmopolita. Essa ave tem se expandido pelo espaço rural e, em alguns casos, prejudicado a produtividade agrícola. Mede entre 13 e 18 centímetros de comprimento, sendo que sua está entre 19 a 25 centímetros, e o peso varia entre 10 e 40 gramas. Se alimentam de grãos, insetos e alguns outros invertebrados. As fêmeas colocam de 4 a 5 ovos em ninhos são feitos em cavidades que podem ser naturais, feitas por outros animais, ou presentes em objetos e construções humanas. A incubação dos ovos dura até 14 dias e os filhotes abandonam o ninho depois de três semanas

 

Tico-tico (Zonotrichia capensis)

Seu nome popular vem da língua tupi, devido ao seu chamado. O tico-tico e o pardal são duas espécies comuns em áreas urbanas e muitas pessoas as confundem apesar de apresentarem diferenças percebíveis, como o “topete” com desenho estriado que somente ocorre no tico-tico. Não existe dimorfismo (diferença) externo entre os indivíduos macho e fêmea desta espécie. O tico-tico alimenta-se de sementes, brotos, frutas, insetos (besouros, formigas, grilos, cupins alados e larvas). É comum em paisagens abertas, plantações, jardins, pátios e coberturas ajardinadas de edifícios. Não ocorre no interior de matas primárias, sendo favorecido pelo desmatamento e pela drenagem de alagados, comum em áreas urbanas, principalmente em áreas verdes com gramados.

Coruja orelhuda (Asio clamator)

Distribui-se pela América Central e do Sul, incluindo praticamente todo Brasil em áreas como savanas, borda de matas, áreas rurais com árvores dispersas e áreas urbanas mais arborizadas. É uma coruja de porte médio a grande com peso variando entre 300 a 550 gramas, sendo as fêmeas ligeiramente maiores, e que apresentam o dorso predominantemente marrom e o ventre claro repletos de estrias escuras. No alto da cabeça dois tufos eretos de penas dão a impressão de orelhas e vem daí o nome popular. Alimentam-se principalmente de pequenos roedores, mas caçam com frequência morcegos, pequenas aves, répteis e até alguns insetos. Os ninhos, pouco elaborados são feitos no chão ou em ocos de árvores, as ninhadas tem em geral 2 a 4 ovos e o tempo de incubação é de 33 dias. São cuidados pelos pais até aproximadamente os 5 meses de vida.

Coruja orelhuda. Foto de Kevin por Pixabay. Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/coruja-muito-orelhuda-coruja-grande-1655557/ acessado 18/12/2020

 

Coruja do campo (Megascops choliba)

Encontrada na América do Sul e em todo Brasil, onde é bastante comum. É uma coruja pequena que pode pesar entre 80 e 200g, sendo as fêmeas ligeiramente maiores que os machos. Alimenta-se de grandes artrópodes como gafanhotos, aranhas, escorpiões e mariposas, minhocas e também pequenos vertebrados como camundongos, morcegos e rãs. Utiliza ninhos abandonados de outras aves como o João de Barro (Furnarius rufus), ocos de árvores, cavidades cavadas por pica-paus, cupinzeiros e construções humanas como telhados, pilares e etc. Em geral botam de 1 a 4 ovos que são incubados exclusivamente pela fêmea durante 26 dias; neste período ela é alimentada pelo macho.

Corujinha-do-mato (DO CAMPO). Foto de Cláudio Dias Timm. Fonte: Fauna Digital UFRGS - https://www.ufrgs.br/faunadigitalrs/corujinha-do-mato-megascops-choliba/ acessado 18/12/2020

 

RÉPTEIS

Lagartixa de parede (Hemidactylus mabouia)

Espécie de pequeno porte possui corpo achatado, membros relativamente compridos e cauda robusta. O comprimento varia de 2 a 14 cm. Embora ocorra em praticamente todo Brasil e em diversos países da América do Sul, trata-se de uma espécie que foi introduzida no continente através dos navios que realizavam comércio de pessoas escravizadas de origem africana. Em geral está associada a ambientes urbanos e periurbanos. Geralmente se alimenta de insetos, possuindo uma grande importância no controle de pragas urbanas. É de hábito noturno, vive aproximadamente entre dois e cinco anos e a fêmea costuma colocar até dois ovos por ninhada. Como várias outras espécies de lagartos, são capazes de liberar um pedaço (cerca de dois terços) da própria cauda (autotomia) como forma de defesa contra predadores. Como a cauda continua se mexendo após a autotomia o predador se ocupa da cauda enquanto a lagartixa foge. Em pouco tempo a cauda vai se regenerar.

Largatixa. Foto tirada por Auro Queiroz via Free images-  https://www.freeimages.com/pt/photo/largatixa-gecko-1171501 acessado em 18/12/2020

 

Para mais informações sobre a Mata Atlântica em São Bernardo do Campo e sobre a expansão urbana da nossa cidade, acesse os textos:

Aqui tem Floresta 

Como a cidade cresce 

 

REFERÊNCIAS

AVES DE RAPINA BRASIL. Informações sobre todas as espécies de Aves de Rapina do território brasileirohttps://www.avesderapinabrasil.com/   (acessado em nov/2020)

GALINDO-LEAL; Carlos & GUSMÃO CÂMARA; Ibsen de. ed. Mata Atlântica : biodiversidade, ameaças e perspectivas. Traduzido por Edma Reis Lamas. – São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica — Belo Horizonte: Conservação Internacional, 2005.

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – Secretaria do Meio Ambiente. Cadernos de Educação Ambiental 17 – Fauna Urbana – Volume 1. Disponível em: https://smastr16.blob.core.windows.net/cea/2014/11/17-fauna-urbana-vol-11.pdf  (acessado em nov/2020).

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – Secretaria do Meio Ambiente. Cadernos de Educação Ambiental 17 – Fauna Urbana – Volume 2, 2014 .Disponível em: https://smastr16.blob.core.windows.net/cea/2014/11/17-fauna-urbana-vol-21.pdf . São Paulo, 2013

GRANTSAU, Rolf. As Serpentes Peçonhentas do Brasil. Editado por Haroldo. Vento Verde Editora, São Paulo 2013.

GWYNNE, John A., RIDGELY, Robert S; ARGEL, Martha; TUDOR, Guy. Aves do Brasil – Mata Atlântica do Sudeste. Wildlife Conservation Society.. Editora Horizonte, São Paulo, 2015, 432p.

INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (ICMBio). https://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/estado-de-conservacao . (acessado em nov/2020)

INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (ICMBio); MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume I / 492p-- 1. ed. -- Brasília, DF:, 2018. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/comunicacao/publicacoes/publicacoes-diversas/livro_vermelho_2018_vol1.pdf  (acessado em dez/2020)

LEITE DE ARAUJO MONTEIRO FILHO, Emygdio; EDUARDO CONTE, Carlos (orgs.). Revisões em Zoologia. Mata Atlântica – 1. ed. – Curitiba: Ed. UFPR, 2017. 490 p.: il. Série Pesquisa, 310. Disponível em: http://www.editora.ufpr.br/portal/wp-content/uploads/2017/12/Revis%C3%B5es-em-Zoologia_interativo.pdf  (acessado em dez/2020).

MARQUES, Otavio A. V.; ETEROVIC, André; SAZIMA, Ivan. Snakes of the Brazilian Atlantic ForestHolos Editora, São Paulo, 2004.

MARTINS, Lilian Al-Chueyr P. Darwin e os darwinistas. Revista USP, São Paulo, n. 123, p. 119-130, outubro/novembro/dezembro 2019, p. 124 Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/165116  

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). https://www.gov.br/mma/pt-br  (acessado em nov/2020)

PREFEITURA DE SÃO PAULO, SECRETARIA DO VERDO E DO MEIO AMBIENTE. DEPARTAMENTO DE PARQUES E ÁREAS VERDES 3. Inventário da Fauna Silvestre do Município de São Paulo. 2018. Disponível em: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/PUB_FAUNA_DIGITAL_2018%20download2.pdf  (acessado em dez/2020)

SECRETARIA ESTADUAL DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE (SIMA). Prateleira Ambiental – Dicionário Ambiental.  https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/educacaoambiental/prateleira-ambiental  (acessado em 16/12/2020)

SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO AMBIENTAL (SIGAM). Sistema Integrado de Gestão da Fauna Silvestre - https://sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam3/Default.aspx?idPagina=13980   – acessado em 01/12/2020)

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA. http://sbherpetologia.org.br/listas/repteis   (acessado em nov/2020)

SOS MATA ATLÂNTICA. Centro de Experimentos Florestais. https://www.sosma.org.br/iniciativa/centro-de-experimentos-florestais/  (acessado em nov/2020)

WIKIAVES. http://www.wikiaves.com.br/  (acessado em nov/2020)

 

NOTAS

[1] Convenção sobre diversidade biológica. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1998/anexos/and2519-98.pdf. (Anexo do Decreto Federal Nº 2.519/1998)

[2] Fonte: infraestruturameioambiente.sp.gov.br/educacaoambiental/prateleira-ambiental/diversidade-biologica-ou-biodiversidade/  acessado em 16/12/2020)

[3] Fonte: infraestruturameioambiente.sp.gov.br/educacaoambiental/prateleira-ambiental/bioma/  acessado em 16/12/2020

[4] Todos os dados e descrições contidos neste texto podem ser encontrados nas referências bibliográficas relacionadas acima.

 

 

Atualizado em dezembro/2020

 

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