“Turcos”, africanos”, “japoneses” e “nordestinos”. São Bernardo do Campo é uma cidade cujo crescimento teve a participação fundamental de imigrantes de outros países e também de outras regiões do Brasil, sobretudo na segunda metade do século XX, respondendo a e estimulando um processo de crescimento econômico da região.
A construção da Via Anchieta, a instalação das montadoras de automóveis e a proximidade com o porto de Santos criaram a imagem de São Bernardo como uma terra de oportunidades. Precisamos, porém, voltar nosso olhar também para o outro lado: o que motivou essas pessoas, essas famílias a deixarem suas terras e a se deslocarem para um lugar pouco conhecido, arriscando-se a não serem integrados numa nova comunidade. Faz-se necessário também identificar processos que colaboraram para construir esta integração.
Neste mês de agosto, que é o mês de aniversário da cidade, a Biblioteca Pública Municipal terá uma programação especial nesse sentido, que é o de proporcionar um maior acesso a informações seguras e confiáveis. Nosso trabalho será o de identificar com mais precisão quem são esses povos, colocando em evidência a diversidade que acaba ficando escondida por conta da identificação regional ou continental de maneira homogênea.
Seriam “turcos” todos os povos que vieram do Oriente Médio que hoje vivem aqui? Ou mesmo, todos os muçulmanos que aqui residem são árabes? Quantos seriam de uma população total de 4.103 estrangeiros declarados no Censo de 2010, último realizado no Brasil? E sul-coreanos, ou mesmo chineses e japoneses? Sim, precisamos falar do Oriente.
Em relação aos migrantes brasileiros do Nordeste, primeiro porto da colonização portuguesa, temos hoje, talvez, um dos principais contingentes populacionais que formam o município: baianos, pernambucanos, piauienses, paraibanos e outros. Do Censo de 2010, de uma população total de 765.463 (setecentos e sessenta e cinco mil quatrocentos e sessenta e três) habitantes , 134.417 (cento e trinta e quatro mil e quatrocentos e dezessete) pessoas eram da região Nordeste. Isso sem contar seus descendentes já incorporados como naturais daqui.
Não seria importante colocar em evidência também as origens e a diversidade cultural dos povos que formam o continente africano, a partir daqueles que vivem na cidade? Mesmo que do ponto de vista das migrações contemporâneas não sejam expressivos, os povos negros e seus descendentes que vivem aqui fazem parte da história consolidada da cidade. Você sabia que temos também haitianos que vivem conosco? Quais as línguas que eles falam?
Esse será nosso desafio ao longo do mês, sobretudo porque nossa intenção não é a de ficar numa apresentação histórica e geográfica das diferenças e de populações expressivas apenas do ponto de vista demográfico ou de registros; tampouco um guia de curiosidades. Acompanhe os próximos textos, pois falaremos sobre esses povos que aqui vivem e como fazem parte do DNA de São Bernardo por meio de alguns de seus costumes, livros, filmes, culinária e o que mais for interessante para destacar sua diversidade.
Abaixo, o censo de São Bernardo do Campo:
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/sao-bernardo-do-campo/panorama
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