Segundo números da UNAIDS - Joint United Nations Program on HIV/AIDS (“Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS”, em português), em 2020 eram 37,6 milhões de pessoas vivendo com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) no mundo. Desde 1981, a AIDS já matou 34,7 milhões de pessoas. Nos últimos tempos, a evolução dos medicamentos para o tratamento da doença fez com que os infectados mantivessem a doença controlada.

O grande problema é que o número de infectados cresceu nos últimos anos e AIDS é uma realidade e é um problema para muita gente. Educação, informação e debate aberto, franco e sem preconceito, ainda são melhores métodos preventivos para proteção em relação à AIDS. O cinema narrou diversos momentos da mobilização e das lutas dos coletivos e indivíduos em relação ao HIV. Aí vão algumas dicas de filmes e séries que usaram a temática com responsabilidade, sensibilidade e respeito:

- A produção norte-americana Meu Querido Companheiro (1990), dirigido por Norman René, foi o primeiro filme a retratar o tema AIDS ao contar a história de um grupo de amigos que encara coletivamente os percalços gerados pela doença. À época, o filme trouxe informações importantes sobre prevenção e os reflexos psicossociais gerados pela doença;

- O documentário Paris is Burning (1991), dirigido por Jennie Livingston, faz uma imersão no universo dos bailes da Vogue na cena LGBTQI+ de Nova Iorque no final dos anos 1980. Os negros e latinos, que são maioria nessa cena, se juntam nos bailes (“balls”) para viver uma experiência coletiva, com muita solidariedade mas também rivalidade, na qual a música, a dança, a AIDS, os preconceitos e as formas de resistência se misturam,  compondo um quadro complexo e emocionante;

- Philadelphia (1993), dirigido por Jonatham Demme e que tem Tom Hanks e Denzel Washington como protagonistas, talvez seja o filme mais conhecido sobre o tema AIDS. Um roteiro que traz o universo bastante conservador dos advogados da cidade e o drama de Andrew Becket (Hanks), jovem e promissor advogado, que contrai o vírus HIV e enfrenta todo o tipo de preconceito, por ser homossexual e soropositivo. Após ser demitido, Andrew contrata o advogado homofóbico Joe Miller (Denzel) e a trama se complexifica.

- Skate, rock’n’roll, hedonismo, sexo sem proteção, drogas e violência são os componentes do filme Kids (1995), de Larry Clark. O cenário é a Nova Iorque de meados da década de 1990. Um filme polêmico, produção semi-independente de baixo custo (os personagens são reais), que tem a AIDS como um dos protagonistas. Kids chocou o público ao mostrar, de forma crua, jovens pré-internet, que circulavam muito mais nas ruas e nos lugares públicos, seu espaço de convivência e de sociabilidades;

- O Cinema também fez uma versão da história da jovem Maria Carangi, que viria a se tornar uma das precursoras das “supermodels”. Em 1998, o diretor Michael Cristopher rodou Gia, Fama e Destruição, um drama biográfico, em tom documental, sobre a vida em Nova Iorque da modelo Gia Carangi, que chegou ao topo de sua carreira de modelo. Um filme forte sobre suas paixões, seus dramas e fragilidades, explorados pelo diretor de maneira a não encontrar vilões personificados; com uma grande atuação de Angelina Jolie no papel da modelo Gia;

- Em Rooihoek, cidade da África do Sul, vivem Yesterday e sua filha Bela, quando a primeira descobre que tem o vírus HIV. O seu companheiro a rejeita e ela vive o drama de mãe solteira, soropositiva e trabalhadora. O grande sonho de Yesterday é viver o suficiente para ver a filha crescer. Yesterday (2004), dirigido por Darrell Roodt, é um filme lírico e sensível, com atuação soberba da atriz Lelit Khumalo e que tem outra grande beleza: é o primeiro longa-metragem da história falado em língua zulu;

- Ron Woodroof (Matthew McConaughey), um eletricista texano que, no ano de 1986, descobriu estar com AIDS, é o protagonista do filme Clube de Compras Dallas (2013). Um homem preconceituoso, homofóbico, grosseiro, beberrão e viciado em drogas, mas, como qualquer ser humano, complexo e contraditório. Ele mostra inteligência e sagacidade e, com o tempo, sensibilidade na sua luta para conseguir remédios num momento em que a indústria farmacêutica jogou pesado em relação aos medicamentos para combate aos efeitos do HIV. O diretor canadense Jean-Marc Vallée concentra o filme na figura contraditória de Ron lutando contra os efeitos da doença, o preconceito e seus próprios limites;

- Angels in America (2003) é uma minissérie da HBO com seis episódios, adaptada da peça de teatro homônima de Tony Kushner. Em 1985, o Presidente Ronald Reagan estava na Casa Branca e o vírus da AIDS assombrava a América. Em Nova Iorque, o personagem Prior Walter (Justin Kirk) conta para Louis (Ben Shenkman), seu companheiro há quatro anos, que está doente. Junto a um grupo de pessoas que, à primeira vista, não teriam nada em comum, eles compartilham ideologias, experiências e sentimentos. O elenco conta com grandes nomes como Meryl Streep, Al Pacino, Mary-Louise Parker, Emma Thompson e Patrick Wilson;


- Cazuza foi um dos primeiros grandes astros nacionais a assumir sua doença, numa época em que o preconceito era enorme e a desinformação uma regra. Os diretores Sandra Werneck e Walter Carvalho lançaram o filme Cazuza – o Tempo Não Para em 2004, 14 anos após a morte do cantor e compositor. O ator Daniel Oliveira faz uma atuação excelente, resultado de sua extensa pesquisa. A performance do ator chega a ser até melhor do que o próprio roteiro. O filme mostra a ascensão da carreira do cantor e compositor, sua exposição pública por causa da doença, as polêmicas geradas e a forma como a sociedade brasileira olhava para a doença nos anos 1990.  

Links
https://www.youtube.com/watch?v=B4WjqVgxU-0
https://www.youtube.com/watch?v=4e0cgACJ_0s
https://www.youtube.com/watch?v=UZaQpgB9ZHg
https://www.youtube.com/watch?v=0x3QCZxWH2U
https://www.youtube.com/watch?v=UIWezS6eP54
https://www.youtube.com/watch?v=_Jcn10Iiuu4
https://www.youtube.com/watch?v=rk0aW2aLABc

 

 

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