Originária da pequena comuna de Magnacavallo (1), localizada na província de Mantova, na região da Lombardia – norte da Itália, a família Pinotii chegou ao município de São Bernardo no momento da criação de seu núcleo colonial, em 1877. Na década de 1890, o principal núcleo da família na cidade era o que reunia o casal Giovanni e Carolina Pinotti, seu filho Diofebo, e a esposa deste, Angela Scopel Pinotti. A família vivia em um dos três lotes urbanos adquiridos por Giovanni na colônia, os quais ocupavam todo o lado esquerdo do trecho da atual rua Bela Vista que fica entre rua Américo Brasiliense e a rua Municipal, além de outra área nesta última via, nas proximidades do atual nº 326 (2). Tendo chegado ao Brasil ainda na infância, Diofebo trabalhou como agricultor, cocheiro e operário, em diversas localidades. Nascidos entre os anos 1890 e as primeiras décadas do século XX, os filhos de Diofebo e Angelina foram: Antônio (trabalhou durante muito tempo como motorista em algumas das primeiras empresas de ônibus da cidade), Maria Deolinda, João Batista, Luiz (cuja descendência se liga à futura popularidade do sobrenome da família na prestação de serviços para o setor imobiliário), Carolina, Albertina, Aldino, Albertino (um dos primeiros funcionários públicos de São Bernardo do Campo (3), nomeado pelo prefeito e emancipador Wallace Simonsen, no dia seguinte à instalação do município, para o cargo de almoxarife) e Carmela (4). Nascido em 1912, Aldino Pinotti, já aos 6 anos de idade, ajudava os irmãos, João e Luiz, no trabalho operário exercido por eles na nascente indústria moveleira da cidade. Segundo o depoimento de sua filha Maria Isabel, “diziam que ele chegava em casa tão cansado que (...) sentava em uma cadeirinha e dormia, aí a nona Angelina e a tia Maria davam banho nele dormindo e punham ele na cama. Ele ia dormir sem jantar” (5). Aldino estudou nas Escolas Reunidas da Vila de São Bernardo (embrião do primeiro Grupo Escolar da cidade e da atual E.E. Maria Iracema Munhoz), e trabalhou como operário nas fábricas de móveis Cassetari, São Vicente, Redenção (pertencente a Antônio Caputo), José Pelosine (onde foi marceneiro durante 11 anos), São Bernardo (onde se tornou um entre os mais de cem sócio-operários que dirigiam a fábrica). Em 1951, iniciou sua vida política se candidatando a vereador pelo PTB, com apoio de Lauro Gomes. Vitorioso, exerceu o mandato entre 1952 e 1955, integrando a ala governista da câmara municipal. Por indicação do prefeito Lauro Gomes, concorreu à prefeitura em 1955. Novamente vitorioso, tornou-se o primeiro operário da cidade, e também o primeiro descendente dos colonos italianos, a ser eleito prefeito. Neste momento, mudou-se da velha casa da família Pinotti, na Rua Municipal, onde ainda morava com a mãe, a esposa - Nair Mariana Corradi - e os dois filhos - Laerte e Maria Isabel, para o predio nº 483 da Rua João Pessoa, que existe até hoje. Esta sua primeira passagem pelo executivo municipal foi marcada por sua ruptura com o antigo padrinho político, Lauro Gomes, e por realizações importantes, como a criação da primeira biblioteca pública municipal – atual Monteiro Lobato. Foi novamente vereador entre 1960 e 1963, vice-prefeito entre 1964 e 1968, e novamente prefeito entre 1969 e 1972. Nesta última administração, com o município já contando com uma das maiores arrecadações tributárias do Estado de São Paulo, entregou obras como o Estádio “Baetão”, a Avenida Faria Lima (primeiro trecho), a ampliação da Cidade da Criança, além de várias escolas e parques infantis (6). Em 1976 concorreu pela última vez à prefeitura, não obtendo sucesso. Faleceu em 1981. Imagens -> À esq: Antiga residência da família Pinotti, na rua Municipal, demolida em 1960. Fotógrafo: Ivo Marson. Acervo: Célia Santos Guiesser. À dir: Aldino Pinotti na inauguração de uma escola infantil na Vila Euro, durante sua segunda gestão (69/72). Aparece também na imagem Dulce Donadelli Pinto, descerrando a placa inaugural, junto ao prefeito.


Notas:
– (1) - Cf. Guiesser, Célia Santos. Pinotti, Maria Isabel. Depoimento. 3/5/2018. Banco de História Oral. Centro de Memória de S.B.C.
- (2) - Cf. Livro de Matrícula dos Colonos – Núcleo Colonial de São Bernardo/Sede. Inspetoria Geral de Terras, Colonização, Imigração do Estado de São Paulo. ( 1877/1892). Acervo: Arquivo do Estado de São Paulo
- Cf. Delpy, Luís. Planta Cadastral de Vila de São Bernardo. 1902.
- (3) - Cf. Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo. Decreto n. 17. 2/1/1945.
- (4) - Cf. Guiesser, op. cit.
- A conhecida imobiliária que carrega o sobrenome da família foi fundada em 1982, por uma neta de, segundo informação prestada pela mesma.
- (5) - Cf. Guiesser, op. cit.
- (6) - Cf. Sumário de Dados 2009 – Ano Base 2008. Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo, 2009. p.34.


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