A Arte de Iwao Nakajima reside na precisão do ponto de equilíbrio entre a transcrição realista da Natureza e sua recomposição pela força da imaginação. Ao fazê-lo, encaixa-se perfeitamente na ilustre tradição dos paisagistas do século XVII. Como eles, ele recompõe, ele organiza, ele harmoniza. Mas Iwao dá mais calor às suas cenas, graças principalmente ao seu senso de luz, revelando sua dívida com a Arte Naif de matriz brasileira. Nesse espírito, ele pinta a paisagem de Parati, cujo principal assunto é a celebração de um cenário bucólico e atemporal. Como é o caso aqui, Parati parece assim ainda hoje (o quadro tem 20 anos).

Chama atenção o realismo dos detalhes – em contraponto às silhuetas humanas - perceptível no tratamento das cestarias, cerâmicas e da própria arquitetura duplicada numa poça d’água. 

Iwao Nakajima, natural de Gumma, Japão, chegou aqui em 1955 como técnico em pintura e esmalte e naturalizou-se brasileiro em 1977. Expôs muito em Nova Iorque e em sua terra natal. Foi membro da Associação Paulista de Belas Artes. Faleceu em Embu das Artes-SP em 2011.

Foto: Parati – óleo sobre tela – 46x55cm - 1980.

 

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