Pertencentes ao núcleo urbano original da cidade, as ruas Padre Lustosa, São Bernardo (então um trecho da Santa Filomena) e Rio Branco, no entorno da Igreja Matriz,  foram abertas e alinhadas em 1833 pelo carpinteiro Manoel da Silva Rodrigues,  arruador juramentado e morador do Rio Grande, em obediência  a uma ordem da Câmara do Município de  São Paulo (do qual São Bernardo fazia parte).  Apesar de serem (juntamente com o trecho alinhado da estrada de Santos – futura Marechal Deodoro) as únicas ruas da Freguesia durante anos, elas seriam ocupadas muito lentamente e não receberiam melhoramentos   ao longo do séc. XIX . Dentre elas, a única que teve denominação específica em 1833 foi a futura Santa Filomena, então chamada Rua da Constituição, em alusão à Constituição Imperial de 1824, nome que logo ficaria esquecido. Na documentação oficial do séc. XIX era comum a  designação genérica de Largo da Matriz, sem especificar as vias.   Por volta de 1885 havia cerca de uma dezena de casas no local, concentrando-se no setor mais elevado dessas ruas, mais próximo da Igreja. 


No ano de 1894 a Rua São Bernardo passou a ser identificada com sua  denominação atual nos registros de impostos de viação. Se distinguia assim da Rua Santa Filomena, cujo trecho entre a capela homônima (construída em 1881)  e  o Córrego Santa Terezinha (atual Av. Prestes Maia) havia sido recém-aberto, sendo por isso chamado informalmente em algumas escrituras da época de “rua nova de Santa Filomena”. 


Em 1910, dezoito anos após a morte daquele que foi o padre que mais tempo atuou na Paróquia, surge em documento oficial a primeira referência à denominação da Rua Padre Lustosa:  ela aparece como “Rua Vigário Lustosa”  no texto da  lei que determinava a abertura de uma ponte sobre o Rio dos Couros, ligando-a com a Rua Jurubatuba.  Mas somente em 1932  ela surge com seu nome definitivo no registro de impostos de viação, substituindo a designação de “Largo da Matriz”. Já no caso da Rua Rio Branco, essa substituição começou a se dar um pouco antes, em 1929. Ao final da década de 1930 essas ruas já estavam bem ocupadas por construções e haviam recebido, ainda que parcialmente, energia elétrica e passeios como melhoramentos; porém, continuavam sem calçamento. A introdução deste, com o uso de paralelepípedos, começaria a se dar a partir do final de 1948, na  administração de José Fornari, e seria  complementada no início da gestão de Lauro Gomes em 1952-3. Nesse tempo também foram colocados nessas ruas pequenos postes portando placas com seus nomes. Um destes, na esquina da Padre Lustosa com a São Bernardo  permanece de pé ainda hoje, preservado como marco da urbanização local.  Poucos anos depois, na  década de 1960, os paralelepípedos seriam substituídos pelo pavimento asfáltico.


Nas imagens vemos acima a esquina das ruas Padre Lustosa e São Bernardo em  1952 (foto de Beltran Asêncio), onde aparece a velha casa paroquial (construída em 1921) e embaixo o mesmo local atualmente. No canto direito, o antigo poste remanescente, em foto tomada na última sexta-feira.

 

Pesquisa e Acervo: Centro de Memória de São Bernardo do Campo.

Se você tem fotos antigas da cidade, nos encaminhe para que, futuramente, utilizemos em nossas publicações.

Saiba mais sobre sua história em São Bernardo do Campo. Visite o Centro de Memória de São Bernardo do Campo. Alameda Glória, 197, Centro. Tel.: 4125-5577. E-mail: memoria@saobernardo.sp.gov.br.