Mário de Andrade e os encontros inevitáveis da Educação e Cultura

 


“Havia nas manhãs cheias de Sol do entusiasmo
As monções da ambição…
E as gigânteas vitórias!
As embarcações singravam rumo do abismal Descaminho…
Arroubos… Lutas… Setas… Cantigas… Povoar!”

 


Em 30 de maio de 1935, na gestão do Prefeito Fábio Prado, a cidade de São Paulo criaria o Departamento de Cultura. O caminho que sedimentou a criação do Departamento, começa a ser trilhado na derrota da Revolução Constitucionalista de 1932, e surgiu como parte da reação da elite liberal paulista na tentativa de retomar o protagonismo político no país.

BIBLIOTECA PÚBLICA LUGAR DE CONHECIMENTOS - Mário de Andrade e os encontros inevitáveis da Educação e CulturaOs chamados “ilustrados” paulistas, que eram empresários ,políticos e intelectuais como Armando Salles de Oliveira, Júlio Mesquita Filho, Fernando Azevedo, Paulo Duarte, Sergio Milliet, Rubens Borba de Moraes, Tácito de Almeida, Mário de Andrade, todos eles membros ou simpatizantes do Partido Democrático (uma dissidência do Partido Republicano Paulista), e que foram os principais atores dessa reação via campo cultural, pelo conhecimento e pela produção intelectual que se materializou através da criação da Escola de Sociologia e Política de São Paulo (1933) e da Universidade de São Paulo (1934) e pelo próprio Departamento de Cultura (1935).

O escolhido para dirigir o Departamento de Cultura foi o escritor, musicólogo, etnógrafo, folclorista, Mário de Andrade que tomou posse no dia 05 de junho de 1935.

Mário de Andrade, que, em 1928 publicara “ Macunaíma, o herói sem nenhum caráter” revelava um caldo de cultura em formação chamado Brasil.

E esse caldo era engrossado e temperado pela e não apesar da diversidade, por isso era um herói e um heroi ainda sem um caráter, uma característica definida, estável.

Aqui o talento literário e a observação etnográfica se manifestam em suas orientações sobre a importância fundamental da relação entre a educação e a cultura.

Nesse contexto a cidade da neblina densa inaugurou as políticas públicas de cultura no Brasil. O intelectual e artista Mário de Andrade deu várias formas à essa criação, montou uma equipe que se
fundiu à partir de várias campos do conhecimento, mas que perpassam a cultura e a educação. Os interesses múltiplos de Mário Andrade emprestaram cores à primeira experiência pública organizada na área cultural.

O pioneirismo do Departamento de Cultura de São Paulo deu lugar e forma a projetos em experimento, a iniciativas reeditadas até os nossos dias e uma experiência que abriu várias frentes e veios de atuação das políticas de cultura e educação integradas. O Departamento de Cultura de São Paulo teve uma história curta com Mário (1935-1937), mas nos deixou vários frutos e muitas indagações.

Vamos conhecer mais o trabalho de Mário de Andrade e de seus parceiros no pioneiro Departamento de Cultura de São Paulo?

Em 1969 o diretor Joaquim Pedro de Andrade adaptou a obra para o cinema, numa versão clássica, com Grande Otelo, Paulo José e Dina Sfat. O filme pode ser encontrado em plataformas on-line

 

 

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