Hoje é comum dizer que determinada situação, por absurda, engraçada ou pitoresca, vai virar meme, ainda mais na internet.

Aliás, a generalização do conceito de meme tem exatamente a ver com a ampliação do acesso à rede de comunicação virtual, sabe por que?

Um meme é uma ideia, uma imagem mental que tende a se replicar indefinidamente. E a internet é uma grande via que permite essa replicação infinita. 

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Meme_(Internet)BIBLIOTECA PÚBLICA: LUGAR DE CONHECIMENTOS: Neurociência

Quem assistiu Blade Runner ou leu os livros de Philip K Dick já vai se lembrar dos replicantes, andróides ou humanóides criados à imagem e semelhança dos seres humanos; faltando apenas aquilo que nos torna humanos: a cultura, a moral, emoções.

(Sobre o filme e sua continuação)
https://youtu.be/2KvZqo7BGCI

O ser humano guarda aquilo que o torna humano não apenas nos seus genes, um código que fornece sua identidade natural e cuja tendência é se replicar, se preservar pela cópia desse código.
O córtex cerebral que nos permite a faculdade da leitura, por exemplo, é fabricado e copiado, passado a outras gerações, a partir do nosso DNA.

Mas e a as ideias, as preferências, as emoções e a própria razão, estariam elas inscritas nesse código genético ou existiria outro código que também busca a replicar isso?

O meme é por alguns considerado esse DNA da mente, cujo termo remonta ao zoológo Richard Dawkins, no livro o Gene Egoista, de 1976.

https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-31732013000100011&script=sci_abstract&tlng=pt

O tema é complexo e controverso, como todos os temas relacionados à construção dos sentimentos e das ideias. E o que tudo isso tem a ver com neurociência? É o que vamos começar a apresentar hoje nessa nova série do Projeto.  Vamos construir juntos?

O que é neurociência?

A neurociência estuda a estrutura do sistema nervoso, bem como seu desenvolvimento e funcionamento, mostrando e explicando o comportamento humano e o que acontece em nosso organismo em situações de aprendizado, de doenças degenerativas, de distúrbios mentais, de modo a entender a complexidade do órgão que comanda tudo o quefazemos: o cérebro. Normalmente, os estudos em neurociência concentram-se na pós-graduação por pesquisadores formados em diversas áreas como Biologia, Física, Medicina, Psicologia etc. Entretanto, foi criado recentemente o curso Bacharelado em Neurociência, na Universidade Federal do ABC, o primeiro do país.

http://cursos.ufabc.edu.br/bacharelado-em-neurociencia

Os estudos acerca do funcionamento do sistema nervoso vêm desde a Antiguidade. Hipócrates, o “pai da Medicina”, já dizia na Grécia do século V a.C. que o cérebro controlava os pensamentos, os sentidos, a capacidade de decisão, os sentimentos e emoções, enfim, tudo porque passava o ser humano (e os outros órgãos do corpo).

No Brasil, os estudos começaram a ganhar destaque entre as décadas de 1940-50, com os pesquisadores de três universidades públicas: Aristides Pacheco Leão e Hiss Martins Ferreira (UFRJ), Carlos Ribeiro Diniz (UFMG) e Miguel Covian (USP).

Porém, a neurociência como é conhecida atualmente, seus estudos remontam os anos 1970, com novos grupos e laboratórios que influenciam as pesquisas mais recentes na área: Eduardo Oswaldo Cruz e Carlos Eduardo Guinle Rocha Miranda sistema visual na UFRJ; Cesar Timo-Iaria (sono) e Elisaldo Araújo Carlini (psicofarmacologia) na Escola Paulista de Medicina/Unifesp; e Carolina Bori (psicologia experimental) e Walter Hugo de Andrade Cunha (etologia) na USP.

Algumas outras áreas em destaque de estudo sobre o sistema nervoso são: neurofisiologia (funcionamento), neuroanatomia (estrutura e função), neuropsicologia (cérebro e comportamento), cognição (conhecimento).

A neurociência tem sido destaque na ultima década, pois os resultados das pesquisas começaram a ser divulgados recentemente, tendo em vista que muitos desses estudos duraram cerca de 23 anos, pois, realizados em populações humanas, cada qual com sua hipótese, acompanharam o indivíduo de 0 até 23 anos de idade, fase em que o córtex pré-frontal (responsável pelo comportamento social, planejamento e tomada de decisões) finalmente consolida seu processo de formação.

Muitas pesquisas em neurociência estão focadas em soluções para doenças e distúrbios que intrigam e acometem parte da população, caso de Alzheimer, doença degenerativa que destrói a memória recente do paciente, normalmente idoso. Casos como o da personagem protagonista do romance Para sempre Alice, escrito pela neurocientista Lisa Genova, são excepcionais: Alzheimer precoce. O livro de ficção da pesquisadora teve tanta repercussão positiva que foi adaptado para o cinema em 2014, vencendo o Oscar de Melhor Atriz para Julianne Moore, no papel da professora de linguística da Universidade de Harvard que sofre com os primeiros sinais da doença aos 50 anos.

Outra doença degenerativa do sistema nervoso que foi retratada em livros e nas telas do cinema é a esclerose lateral amiotrófica. Porém, neste caso, baseado em um personagem real: o gênio da física Stephen Hawking. Apesar de bastante limitado fisicamente pela paralisia causada pela doença, Hawking continuou suas pesquisas no campo da física até quando a única forma de se expressar era pelo movimento dos olhos captados pelo computador. Sua primeira esposa, Jane Hawking, escreveu uma biografia sobre ele, A teoria de tudo, que também recebeu uma adaptação cinematográfica em 2014.

Coincidentemente, o ator Eddie Redmayne, intérprete de Hawking, ganhou o Oscar de Melhor Ator no mesma edição do prêmio em que Julianne Moore.
Os livros estão disponíveis na Rede de Bibliotecas Públicas de São Bernardo, e os filmes podem ser vistos nas plataformas digitais. 

 

REFERÊNCIAS:


http://www.sbnec.org.br (Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento)

https://neurobiofisica.ifsc.usp.br/Divulgacao/divulgacao.html (Instituto de Física de São Carlos da USP)

https://tede2.pucsp.br/bitstream/handle/16722/1/Fernando%20Olga%20de%20Souza.pdf

https://www.scielo.br/pdf/ea/v27n77/v27n77a02.pdf (Revista de Estudos Avançados v.27 nº 77 2013)

https://www.scielo.br/pdf/ptp/v26nspe/a11v26ns.pdf (Revista Psicologia: Teoria e Pesquisa v. 26 2010)

https://www.scielo.br/pdf/prc/v14n2/7854.pdf (Revista Psicologia: Reflexão e Crítica v. 14 nº2 2001)

 

 

 

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