Filme Ganga Bruta (Humberto Mauro, 1933)

O diretor Humberto Mauro talvez seja o primeiro grande cineasta brasileiro, que a partir de meados dos anos 1920 produziu filmes com características brasileiras de produção e, consequentemente, com todas as dificuldades e atrasos técnicos pertinentes à iniciativa. Começou na cidade de Cataguases e lá produziu filmes como Thesouro Perdido, Brasa Dormida e Sangue Mineiro. Em 1929 seguiu para o Rio de Janeiro e lá ajudou Adhemar Gonzaga a transformar a Cinédia na maior produtora nacional da época.

Ambos realizaram Ganga Bruta, com Humberto na direção, Adhemar na produção e dificuldades para fazê-lo: sua realização prolongou-se por dois anos. Apesar disso, o resultado foi um filme de estrutura narrativa revolucionária para a época, com flashbacks, cortes rápidos e um conteúdo subliminar quase erótico. Como era de se esperar para a época, foi muito mal recebido por crítica e público, pouco acostumado com inovações estilísticas, mas, décadas depois, foi alavancado ao status de obra-prima por cineastas e críticos como Glauber Rocha, Walter Lima Jr. e Georges Sadoul.

O filme traça um retrato da vida brasileira nos anos de 1930, com sua violência urbana e repressão sexual. Na noite de núpcias, um homem descobre que sua mulher não era virgem e, enfurecido, a mata. Absolvido, vai para uma pequena cidade, contratado para prestar serviços de construção e acaba apaixonando-se por uma jovem inocente já comprometida.

Aguarde, que logo teremos mais histórias dos primórdios do Cinema Nacional! Deixe seu comentário sobre o que está achando desta nova série de publicações!


CRÉDITO DAS FOTOS: adorocinema.com

 

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