DICA DE LEITURA - Os Sertões - Euclides da CunhaAlgumas obras tornam-se clássicas porque, dizem, os autores conseguiram superar as barreiras de seu tempo e espaço e produzir uma obra universal. Por outro lado, é importante dizer que algumas tornam-se clássicas também exatamente por que seus autores foram nada mais que pessoas de seu tempo. Esse é o caso de Euclides da Cunha, jornalista que no final do século XIX foi o correspondente cronista da Guerra de Canudos.

Em 1902 ele deixou sua obra, o livro os Sertões, que narrava a campanha do exército do sul do Brasil contra Antônio Conselheiro e os Sertanejos, que “são, antes de tudo, uns fortes”, quem nunca ouviu essa frase?

Sua obra em 3 capítulos expressa o “espírito” do tempo na época: a Terra, o Homem, a Guerra. Adepto de uma teoria chamada Determinismo Geográfico, os Sertões inicia com uma descrição geográfica pormenorizada do cenário onde aconteceu a guerra para dizer que o sertanejo era fruto das condições extremas do seu habitat.

Inspirado na obra “Facundo, Civilização ou Barbárie” (1845) de Domingos Faustino Samiento, que foi presidente da argentina, Euclides viu na Guerra de Canudos uma campanha da dita civilização, dos princípios científicos e civilizatórios europeus contra uma ideia de barbárie projetada pela rusticidade do sertanejo e sobre isso escreveu: “Aquela campanha lembra o refluxo para o passado. E foi, na significação integral da palavra, um crime. Denunciemo-lo”.

Uma obra clássica sobre um pensamento do seu tempo e uma ótima oportunidade de conhecer esses brasis de uma forma até então desconhecida para muitos.


LIVRO: Os Sertões
AUTOR: Euclides da Cunha
EDITORA: Ateliê Editorial


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