“Eles moram, quase todos, amontoados num lugares muito feios, que eles chamam de cidade” (Este admirável mundo louco – Ruth Rocha).

 

O livro escolhido deste mês para leitura no Clube Leitores da Cidade é a obra “Este admirável mundo louco” da escritora brasileira Ruth Rocha.

Publicado em 2003, o livro faz parte da série O Reizinho Mandão da mesma autora, e integra os mais de 130 títulos editados da escritora Ruth Rocha ao longo de mais de seis décadas de produção literária que foram traduzidas para mais de 25 idiomas.

A obra “Este admirável mundo louco” é dividida em três contos “Admirável mundo louco”, “Uns pelos outros” e “Quando a escola é de vidro” que dialogam entre si, trazendo uma visão futurista através de suas narrativas, mas que nos fazem refletir sobre a realidade presente. Inclusive a escolha do título deste livro é uma alusão ao clássico da literatura mundial “Admirável mundo novo” de Aldous Huxley, uma obra distópica e futurista.

Os três contos do livro são narradas em primeira pessoa e por narradores diferentes, que nos possibilitam leituras e visões diversas de mundo e da realidade, uma reflexão crítica que é a amálgama desta obra.
No primeiro conto, o narrador é um ser alienígena, que através de sua narrativa tenta explicar aos habitantes de seu planeta como é a vida na Terra, após sua visita.

“Esses lugares cheiram muito mal por causa de umas porcarias que eles fabricam e de umas nuvens escuras que saem de uns tubos muito grandes que por sua vez saem de dentro de umas caixas que eles chamam de fábricas”.

No conto “Uns pelos outros” a narradora é uma mulher, que conta a história a partir das mudanças de comportamento e de algumas medidas tomadas pelos moradores de uma grande metrópole para amenizar os problemas causados pelo trânsito, em atitudes baseadas na troca e na retribuição de um favor.

“Mas com o tempo foi ficando tão difícil a gente se movimentar que as pessoas foram concordando em fazer a tarefa dos outros.
Tinha gente que substituía os amigos no trabalho, tinha gente que namorava a namorada dos amigos, diz que teve um que até fez operação de apendicite no lugar de um primo...”.

Por fim, em “Quando a escola é de vidro”,  a narração é realizada por uma criança e a relação com sua escola, onde ela e  os demais colegas eram confinados em vidros durante as aulas.

“Uma vez um colega meu disse pra professora que existem lugares onde as escolas não usam vidro nenhum, e as crianças podem crescer à vontade. Então a professora respondeu que era mentira. Que isso era conversa de comunistas.  Ou até coisa pior...”.

 

 

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