As terras da região onde hoje é o bairro pertenciam ao português João Domingues Tavares

Você sabia que a Vila Gonçalves era para se chamar Vila Tavares? O português João Domingues Tavares comprou as terras daquela região em meados de 1920, do alemão Adolpho Lucks, dono de uma olaria na área.

A intenção do português era fazer um loteamento, batizado de “Vila Tavares” – inclusive nesta foto de 1929 dá pra ver, no alto do morro, um letreiro bem pequeno com esse nome. João Tavares tinha um sítio e a rua de terra onde é possível avistar a casa, logo acima, é a Tenente Salles. Ao lado da construção está o caminho que seria a futura Rua Olavo Gonçalves.

Mas, em 1935, quando as ruas já estavam sendo abertas, Tavares passou por dificuldades econômicas e acabou perdendo a área, que foi arrematada em leilão por Manoel Gonçalves. Um ano depois, o filho de Gonçalves, Olavo, retomou o loteamento com o nome de Vila Gonçalves, utilizando boa parte do traçado planejado por Tavares.

O bairro também abriga a Casa do Comissário do Café, construída em 1937, na antiga área denominada Sítio do Cabral, chácara remanescente do núcleo colonial de São Bernardo – linha Jurubatuba. O imóvel serviu de residência de veraneio para a família de Horácio Ferreira da Silva, que era empresário no ramo de exportação de café.

A propriedade foi tombada em 1987 pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de São Bernardo do Campo (Compahc-SBC) em função de seu valor histórico como exemplar arquitetônico típico das residências da elite nos anos 1930 e como marco da função rural que o município desempenhou até a década de 1960.