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Em São Bernardo, escola também é lugar de saúde

Em São Bernardo, escola também é lugar de saúde

05 de 1 de 2016 Illenia Negrin
Após as avaliações, os alunos que necessitam de cuidados específicos são encaminhados para atendimento nas UBSs

Ter uma boa condição de saúde é fundamental para aprender. Esse é o princípio do Programa Saúde na Escola (PSE), que leva as equipes de saúde às unidades de ensino para identificar e prevenir doenças que possam dificultar os processos de aprendizagem.

Em São Bernardo, no  ano passado, cerca de 90 mil estudantes foram beneficiados pela iniciativa, que monitora crianças, jovens e adultos regularmente. A cobertura é de 100% na rede municipal – incluindo as turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) – e se estende a 17 unidades estaduais. Na escola, os educandos passam por avaliação de saúde bucal, acuidade visual, antropometria (peso e altura) e análise da carteira de vacinação. O PSE também capacita os professores para que desenvolvam ações em sala de aula e incentivem os alunos a adotarem hábitos e atitudes saudáveis.

Após as avaliações, os alunos que necessitam de cuidados específicos são encaminhados para atendimento nas UBSs ou nos ambulatórios de especialidades. Foi o caso da pequena Emily Kathlen Rafael França, 5 anos. Após ser examinada pelas equipes de saúde bucal na Emeb Aldino Pinotti, ela começou o tratamento na UBS Farina. “Minha filha ficava constrangida quando alguém perguntava por que o dentinho dela da frente era manchado. Agora ela sorri sem qualquer problema”, conta a mãe, Ana Cristina Rafael França. 

De acordo com o coordenador do PSE, Luiz Carlos Alves, 30% dos estudantes avaliados apresentam algum problema. Os mais comuns são as cáries e as doenças periodontais (gengiva). O programa tem sido fundamental para manter elevados os indicadores de saúde bucal. Estudos apontam que, entre estudantes de 12 anos, a incidência é de 1,1 cárie por criança. O número é três vezes menor do que o limite considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de três cáries por criança nesta faixa etária.

Óculos para quem precisa - Outra iniciativa do PSE que tem melhorado o desempenho em sala de aula de muitos estudantes é a avaliação da acuidade visual. Anualmente, profissionais da saúde realizam nas escolas o teste Snellen – que utiliza tabela com letras de tamanhos diferentes. O exame identifica alterações na visão, que podem, ou não, serem corrigidas pelo uso dos óculos. Nesses casos, o aluno é encaminhado para atendimento com oftalmologista. Confirmada a necessidade, o educando escolhe o modelo e os óculos são confeccionados gratuitamente. 

Os testes começaram a ser aplicados em agosto de 2014. Cerca de 7.000 consultas já foram realizadas por intermédio do programa, e cerca de 2,2 mil óculos foram entregues, média de seis por dia. Um deles foi o do aluno do 4º ano da Emeb Maria Therezinha Besana Renan Camilo Palmeira, 9 anos. “Ele vivia reclamando de dor de cabeça e lia mal. A gente não teria condições de pagar por todo esse atendimento. Os óculos estão fazendo muito bem para ele. A professora disse que ele está bem mais participativo”, comenta a mãe, Inaiara Palmeira Figueiredo. 

Para conseguir enxergar o que a professora escrevia na lousa, Renan tinha que sentar na primeira carteira, e ainda assim espremia os olhos para identificar as letras. “Eu via tudo embaralhado. Faz um mês que estou usando os óculos e já me adaptei”, diz o garoto.   

A compra dos óculos e todas as demais ações do PSE são realizadas em parceria com o Ministério da Saúde, que repassa recursos a todos os municípios que aderem ao programa, e de maneira integrada pelas as secretarias municipais e estaduais de Educação e Saúde.