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Dança muda vida de idosos para melhor em São Bernardo

Dança muda vida de idosos para melhor em São Bernardo

18 de dic de 2014 Marco Borba
Fiscal e telefonista aposentados voltaram a se encontrar após uma década graças aos bailes promovidos pelo Centro de Referência do Idoso

O acaso promoveu o reencontro, depois de uma década, de dois ex-funcionários públicos da Prefeitura de São Bernardo do Campo. Graças aos bailes da terceira idade, que ocorrem todas as sextas-feiras no Centro de Referência do Idoso (CRI), ligado à Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania (Sedesc), os aposentados Pedro Stort, 66 anos, e Dirce Grotti, 76, viram seus caminhos se cruzar novamente e, entre uma dança e outra, começaram a namorar e já estão juntos há oito anos. Mas cada um fez questão de continuar morando em sua própria casa.

"É sempre bom estar junto, mas assim a gente mantém nossa independência. Quando ele fica doente, fico uns dias na casa dele cuidando dele e ele faz o mesmo. Mas depois cada um vai para o seu canto. É melhor assim. Cada um tem seu costume, não dá certo morar junto", analisa a ex-telefonista, viúva desde 1991 e mãe de dois filhos.

Segundo Stort, que era fiscal de obras, o casal já se conhecia de vista quando trabalhava na Prefeitura, mas nunca tinha trocado palavra. "Sou divorciado desde 1992 e comecei a frequentar os bailes do CRI há 20 anos, mas só fui encontrar a Dirce poucos meses antes de começarmos a namorar, em um baile no Corinthinha (clube), em Santo André. Lembrei dela e fui bater papo. Falei que frenquentava o CRI e depois ela passou a vir também. Foi no CRI que nosso namoro começou", recorda-se o aposentado. 

Além dos bailes, Dirce faz aulas de dança cigana, uma das dezenas de oficinas oferecidas pela Sedesc. Pedro é coordenador do grupo de encontro Kiros, que promove, entre outros eventos, viagens de turismo para o público que frequenta o CRI. "Já viajamos para São Lourenço e Passa Quatro, em Minas. É muito divertido, promove a interação entre as pessoas", avalia o aposentado, que tem um filho e uma filha.

Terapia -- As atividades, relata o casal, têm servido como espécie de terapia desde que ambos passaram a frequentar o CRI. "Depois que fiquei viúva, andava meio depressiva. Meu filho mais velho que me aconselhou a sair mais de casa. Ele mesmo me levou para fazer aulas de dança oferecidas pela Prefeitura na EMEI da Vila Marlene."

Segundo especialistas, o entretenimento e a atividade física são imprescindíveis para o bem-estar do idoso. Trazem benefícios biológico, psicológico e social. Com o envelhecimento, a pessoa tem perda de massa óssea e diminuição na função de alguns órgãos. Por essa razão, é aconselhável que essas pessoas façam atividades físicas que, entre outros benefícios, aumentam a força muscular, melhoram o ritmo cardíaco e ajudam a reduzir a pressão arterial.

São Bernardo conta atualmente com 80 mil idosos cadastrados no Sistema de Informação da Atenção Básica. Nos atendimentos feitos nas Unidades Básicas de Saúde, agentes do Programa Saúde da Família identificaram que alguns desses idosos moram sozinhos. Durante os atendimentos, são informados e orientados a participar dos programas da Prefeitura, entre os quais, o "De Bem com a Vida", realizado conjuntamente pelas secretarias de Saúde e de Esportes e Lazer. É aberto à população, especialmente ao idoso, e conta com aulas de dança, yôga e tai chi chuan.