Uma das promessas do atletismo brasileiro e que pode surpreender neste ano, no Pan de Toronto, é de São Bernardo do Campo. A saltadora Jessica dos Reis tem 22 anos e cresceu correndo e pulando ruas estreitas e sinuosas do Jardim Petroni. Jessica deu os primeiros passos na modalidade incentivada por Paula, professora de educação física de uma antiga escola do Sitio Bom Jesus. Em 2014, Jéssica realizou um feito histórico ao bater o recorde sul-americano sub-23 da modalidade, ao saltar 6,66 m em uma competição oficial. Foi a melhor marca do ano e, caso a prova fosse pré-olímpica, teria assegurado participação no Rio 2016. Confira a entrevista.

Guia da Cidade: Como descobriu o atletismo?

Jessica dos Reis: Já pratiquei todo tipo de esporte. Um dia, a Paula, minha professora de educação física, me chamou para participar de uma competição de atletismo. Corri os 400m, fiquei em 3º e acabei me interessando, mas durante um tempo ainda pratiquei outros esportes. Em 2007, a Paula disse que São Bernardo teria uma equipe de atletismo. Me animei e, no dia seguinte, já fui me inscrever. Foi amor à primeira vista, me identifiquei com esporte.

Quais serão suas principais adversárias no Troféu Brasil?

Muitas meninas conseguiram bons resultados, mas acredito que a Keila Costa e a Maurren Maggi são as principais concorrentes.

Quais são as suas referências na modalidade? 

No Brasil, admiro muito a Maurren Maggi por ser campeã olímpica, pela garra e por sua história, mas me inspiro muito em minha técnica (Luciana Alves), que também sempre teve muita garra, nas pistas e na vida. Entre as estrangeiras, tento aprender com as americanas Brittney Reese e Tianna Bartoletta e, é claro, com a ucraniana Galina Chistyakova, recordista mundial com a marca de 7,53m.

Quais são as suas principais características como atleta?

Bom, eu acredito que sejam a agilidade e a rapidez, mas algumas coisas tenho mais facilidade em aprender e em outras ainda preciso me aprimorar.

Quais as próximas competições que vai disputar?

Antes do Troféu Brasil tenho uma competição importante, no início deste mês, no México.  Estou buscando índice para o Mundial e acredito no meu potencial e que tenho boas chances.

Qual a importância da sua técnica Luciana Alves na sua evolução como atleta?

Acredito que devo tudo a ela, porque a Luciana sempre busca o melhor para mim e procura tirar o melhor de mim como atleta. Ela sempre me dá conselhos, e vale a pena escutá-la, não apenas por ela ter sido uma grande atleta, mas também porque ela é uma grande mulher.

E este novo Estádio de Atletismo...?

Ele é ótimo. Para quem não tinha nada e treinava em um galpão abandonado, sujeito até a pegar tétano, é um sonho realizado. É maravilhoso ter em nossa cidade uma das melhores pistas do Brasil. Lá temos tudo o que precisamos para treinar e evoluir.

O que significa para você representar como atleta São Bernardo, a cidade em que nasceu?

Tenho um orgulho imenso de ser atleta formada em São Bernardo e de representar essa cidade que tem toda uma historia no esporte. A expectativa de fazer um bom resultado é muito grande, tenho treinado bastante para que isto aconteça. E é sempre bom competir em casa, né? Você tem uma pequena vantagem e um pouquinho mais de confiança.