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São Bernardo inicia entrega de cartilhas com reflexões antirracistas nas escolas municipais

São Bernardo inicia entrega de cartilhas com reflexões antirracistas nas escolas municipais

17 de Nov de 2023 Natália Fernandes

Documento orientador amplia trabalho já realizado em sala de aula com subsídios para o combate ao racismo dentro e fora do ambiente escolar

“Ninguém nasce odiando o outro pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar”, diz Nelson Mandela. Neste contexto, a Prefeitura de São Bernardo lançou, nesta sexta-feira (17/11), cartilha com reflexões sobre Educação Antirracista. O material está sendo entregue para todos profissionais da educação, estudantes e famílias, numa estratégia de ampliar todo o trabalho feito nas unidades de ensino, fornecendo subsídios para o combate ao racismo dentro e fora da sala de aula.

Em visita à EMEB Dr. Vicente Zammite Mammana, o prefeito Orlando Morando destacou que essa é mais uma importante política pública cujo objetivo é tornar São Bernardo uma cidade antirracista. “Já temos lei que pune o racismo e a injúria racial nos equipamentos públicos, cotas para a população negra em concursos públicos e estamos avançando na construção de medidas de promoção da igualdade racial de forma transversal no município. Nosso desejo é que a nossa população possa conviver em harmonia, com tolerância e respeito. E acredito que a Educação é o melhor caminho”, considera.

O documento orientador foi criado pela Secretaria de Educação e aborda desde legislações, projetos da Educação em relação ao tema, pesquisas, reflexões e opções para mudanças no vocabulário a fim de evitar expressões racistas no dia a dia. “A escola é uma instituição social e, infelizmente, não está imune ao racismo. Mas acreditamos que a educação é o principal mecanismo de combate a esse crime, já que, a partir dela, podemos atuar tanto na conscientização acerca dos danos do racismo quanto compartilhar os saberes, culturas e histórias de povos africanos e indígenas”, ressalta a secretária de Educação, Sílvia Donnini.

O estudante do 3º ano do Fundamental, Lincon Lima Neves, 9 anos, considera “importante” aprender sobre o racismo. “Acho que, às vezes, as pessoas falam coisa sem saber que estão cometendo racismo e, agora, vamos ter condições de ajudar elas a saberem o que está certo e errado”. Já a aluna Lorena Rocha Damasceno, 10 anos, acredita que “provavelmente quem comete racismo não aprendeu desde criança que racismo é um crime”. “Essa cartilha é muito boa, porque ensina a gente a não fazer racismo”, complementa. 

APOIO – Para a professora Caroline Pereira da Silva, da EMEB Dr. Vicente Zammite Mammana, a cartilha vem apoiar todo o trabalho já desempenhado pela educação municipal em torno do tema. “Dentro das aulas, já trabalhamos educação antirracista, inclusive na construção de uma identidade positiva para as crianças negras. A cartilha vem complementar. Um material muito bem elaborado, de linguagem simples, estética bonita, que permite a interação e estende esse trabalho para fora da escola, para as famílias e comunidade escolar”, destaca.

MÚSICA – Como forma de coroar o início da entrega das cartilhas com reflexões sobre educação antirracista, os estudantes dos 3ºs e 4ºs anos do Ensino Fundamental da EMEB Dr. Vicente Zammite Mammana realizaram apresentação comandada pelo professor de música Paulo Gama, com canções que remetem às cantadas por escravos. A unidade de ensino está inserida no Programa Educar Mais e, desde junho de 2023, recebe aulas de música por meio do Programa Mais Música.

OUTRAS POLÍTICAS ANTIRRACISTAS – São Bernardo foi a primeira cidade da Região Metropolitana a aderir ao projeto cidades antirracistas do Ministério Público. Além disso, foi criado o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, formado por integrantes de órgãos públicos e sociedade civil, e sancionada Lei Municipal que reserva 25% das vagas ofertadas nos concursos públicos aos negros. Também vigora no município legislação que pune com multa de até R$ 15 mil atos de discriminação por conta da raça, cor e etnia dentro dos equipamentos esportivos.