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Sinal verde para daltônicos nos semáforos da cidade

Sinal verde para daltônicos nos semáforos da cidade

30 de Jan de 2015 Ana Lucia Almeida
São Bernardo conta com 48 semáforos adaptados nas ruas, o que ajuda daltônicos a reconhecer as cores

Vermelho, pare. Amarelo, atenção. Verde, siga. Parece simples distinguir a sinalização do semáforo, mas para algumas pessoas não é bem assim, no que se encaixam aquelas com daltonismo (não reconhecimento de cores). A bancária Juliana Camargo, moradora do Bairro Taboão, é daltônica e, para ela, o problema maior é à noite. “Há muitas luzes e cores à noite, e isso acaba confundindo o daltônico. Já passei algumas vezes no semáforo vermelho achando que estava amarelo. Por sorte, nunca aconteceu nada”, diz.

A visão de um daltônico é afetada pela falta de percepção das cores, principalmente o vermelho e o verde. As estimativas apontam que 10% dos homens tenham algum tipo de daltonismo, seja em menor ou maior grau. O índice é bem mais baixo em relação às mulheres (0,5%). “Confundo o vermelho forte com marrom, e o mais claro com laranja ou verde. Depende muito da tonalidade das cores”, explica a bancária.

Para Juliana, a instalação na cidade de semáforos com anteparos para daltônicos (faixa reflexiva ao lado da luz amarela) trouxe mais segurança para dirigir à noite. “Às vezes eu sei que está vermelho porque os carros da frente vão parando. Quando é bem tarde e não tem ninguém, meu marido avisa. Mas os semáforos adaptados ajudam bastante”, afirma.

Hoje, São Bernardo conta com 48 semáforos com anteparos para beneficiar diretamente os daltônicos. De acordo com o engenheiro da Secretaria de Transportes e Vias Públicas José Luís Blumer, que também é daltônico, a iniciativa partiu da solicitação de um morador.  

O engenheiro afirma que o recurso auxilia o motorista a ter mais segurança, principalmente à noite. “A dificuldade é que, no período noturno, o daltônico não enxerga todo o equipamento, mas apenas a luz, sem um referencial se é a que está em cima (vermelha) ou embaixo (verde)”, explica.

Ainda segundo Blumer, a tarja branca reflexiva oferece referência para os motoristas daltônicos, que conseguem visualizar o brilho à noite e, com a faixa, identificar se a luz acesa do semáforo é a de cima ou a de baixo. "É uma solução simples, mas que funciona e traz mais segurança”, completa.

Os primeiros semáforos com anteparo foram instalados em março de 2012, na Rua Marechal Deodoro, que hoje possui 14 deles. Segundo a Secretaria de Transportes, todos os equipamentos novos já saem com o padrão atualizado para daltonismo.