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Veja as opções e curiosidades de pratos típicos da Festa Muitos Povos

Veja as opções e curiosidades de pratos típicos da Festa Muitos Povos

01 de Set de 2015 Ana Lucia Almeida
O evento acontece nos dias 5, 6 e 7 de setembro, a partir das 12h, no Parque Chácara Silvestre

Como parte das ações voltadas à valorização, recuperação da memória e difusão cultural dos grupos e manifestações das chamadas culturas populares tradicionais, a Festa Muitos Povos, Uma Cidade  tem como intuito promover o diálogo com o rico manancial cultural dos povos e comunidades nacionais e estrangeiras que construíram a história da cidade. Nela, comunidades de migrantes e imigrantes mostram um pouco de sua história e cultura através da culinária, artesanato música e dança. O evento acontece no Parque Chácara Silvestre, que fica na Avenida Wallace Simonsen, 1.800, Nova Petrópolis (veja programação completa). Conheça um pouco mais sobre a gastronomia de cada região e suas curiosidades:

 

Indígena

Cada tribo possui uma culinária específica, que depende das particularidades de cada aldeia. De todo modo, a alimentação indígena é saudável e rica em vitaminas, sais minerais e outros nutrientes. Fazem parte da alimentação indígena frutas, verduras, legumes, raízes, carne de animais caçados na floresta (capivara, porco-do-mato, macaco), peixes, cereais e castanhas

Na festa serão encontrados pankara, tinguá (bebida) e biju.

Curiosidade: Biju é um bolo feito de massa de mandioca ou tapioca. Já a tapioca é feita de goma de mandioca. Para obter a massa, é preciso ralar a mandioca e depois espremê-la até retirar o excesso de umidade; já para obter a goma, faz-se a decantação da manipueira, que é que o líquido retirado da massa. Na população indígena, o beiju era um alimento de toda hora, pois os índios não têm horários marcados para suas refeições. Comiam quando sentiam fome. Eles o ingeriam sozinho ou recheado com peixe cozido. 

 

Italiana

Uma das características mais marcantes da Itália é a sua gastronomia. A cozinha italiana está entre as mais completas, ricas e deliciosas do mundo, principalmente por seus ingredientes característicos da gastronomia regional. Essa diversidade de temperos e ingredientes é resultado da presença de vários povos que povoaram a península Itálica durante os séculos. Cada tipo de povo que habitava deixava seus traços culinários, com novos elementos e pratos para serem apreciados por pessoas do mundo todo.

Na festa serão encontrados porpetta, macarrão, fogazza, vinho artesanal, além da lasanha ao sugo e bolonhesa.

Curiosidade: Apesar de tradicionalmente se acreditar que a lasanha é um prato tipicamente originado na Itália, tem-se evidências de que há um prato muito similar conhecido como “loseyns” (lê-se lasan), comido na corte de Rei Ricardo II no século XIV. Esta receita também figurou no primeiro livro de receitas da Inglaterra.

 

Japonesa

Formado por um arquipélago, o Japão tem uma costa bastante extensa. E, por ser um ponto onde as correntes marítimas quentes do Sul se encontram com as águas frias do Norte, possui uma variedade enorme de peixes. Não por acaso, o japonês ainda é o povo que mais come peixe no mundo. Até o século X, praticamente tudo o que se comia no país, como o arroz e o macarrão, era preparado de acordo com os costumes dos vizinhos, principalmente chineses – a grande potência da época – e coreanos. Foi nos séculos seguintes que as influências estrangeiras passaram a ser transformadas e adaptadas às condições e preferências locais. Nascia, finalmente, a autêntica gastronomia japonesa.

Na festa serão encontrados sushi, yakisoba, guioza, tempurá.

Curiosidade: Antigamente, como o pescado raramente chegava fresco às mesas do antigo Japão, durante séculos versões fermentadas em sal, algumas intragáveis para o nosso paladar, foram desenvolvidas como forma de preservar grandes quantidades de peixe após o fim da temporada de pesca. A palavra “sushi” originalmente se referia a esse tipo de peixe longamente fermentado. Só muito tempo depois, mais precisamente no fim século XVII, uma nova receita começaria a aproximar o sushi da versão que comemos hoje. Consistia de uma combinação de arroz e peixe com sabor ácido causado pela adição de vinagre. Mais tarde, no século XIX, esse novo sushi tornou-se popular nas ruas da atual Tóquio com o nome de nigiri-zushi.

 

Latina

Na América Latina possui uma culinária muito variada, mas que apresenta um elo comum quanto à importância desses produtos, em especial o milho, considerado o alimento do continente latino-americano e ingrediente principal de uma infinidade de pratos. Além dos alimentos que já faziam parte da cultura local, com a colonização houve uma expansão oriunda da imigração de diversas nacionalidades e que compõem o cenário multicultural que se estabeleceu nos países dessa região.

Na festa serão encontrados ceviche, tortilhas e empanadas.

Curiosidade: Tradicionais da Espanha, Argentina, Chile, Peru, Paraguai, Colômbia e outros tantos países de língua espanhola, as empanadas são pastéis de carne, tipicamente assados, mas que também podem ser fritos e que são, em geral, bastante picantes. Segundo a maioria dos pesquisadores, as empanadas tiveram sua origem na antiga Pérsia. Já naquela época, os árabes faziam as suas esfihas usando carne de carneiro para o recheio e farinha de trigo para a massa. Séculos mais tarde, a cultura árabe foi levada para os novos povos conquistados na Espanha, mais especificamente para o sul, na região da Andaluzia. Com as colonizações espanholas na América, as empanadas atravessaram o Atlântico e passaram a fazer parte dos hábitos de alimentação dos novos povos.

 

Libanesa

A culinária libanesa reúne tradições mediterrâneas, européias e orientais. Pode-se dizer que é altamente diversificada e ao mesmo tempo consegue detalhar especialidades e características dos países que estão ao seu redor. A base da cozinha tradicional são alimentos frescos, frutas e verduras, e diversas especiarias como açafrão, gergelim, páprica, canela, noz-moscada, coentro, cebolinha, salsa e hortelã.

Na festa serão encontrados quibe, falafel, fatuche e cordeiro.

Curiosidade: O quibe (ou kibe) ou é típico do Oriente Médio e é considerado um prato nacional no Líbano, Síria e Iraque. O nome deriva de kubbeh que em árabe significa bola. Sua versão original é feita com uma mistura de carne de cordeiro bem picada e acompanhada de bulgur – preparação feita com trigo duro, muito usado na cozinha tradicional turca. Esse prato, que pode ser servido cru, assado ou frito, é também comum no norte da África, na Turquia, na península arábica e em parte do Cáucaso, como na Armênia.

 

Mineira

A comida mineira é uma das mais populares no Brasil. Com sua característica estritamente rural, sua história começa no século XVIII, época do ciclo do ouro no Brasil, quando muitos garimpeiros foram atraídos para a região onde hoje se encontra Minas Gerais. Para sua subsistência, os garimpeiros cultivavam pequenas hortas e pomares onde eram plantados alimentos de fácil cultivo, como mandioca, couve, quiabo, milho, feijão. Também eram criados animais de pequeno porte e baixo custo de manutenção, como porcos e galinhas. Destes animais eram usadas as carnes e os ovos para o preparo de pratos de vários tipos, tornando-se as carnes típicas para os principais pratos mineiros como leitão à pururuca, tutu de feijão, vaca atolada, frango com quiabo, entre outros.

Na festa serão encontrados feijão tropeiro, frango com polenta, lanche de pernil, torresmo e pão de queijo.

Curiosidade: A história do feijão tropeiro em Minas Gerais vem do período colonial, quando o transporte das mais diversas mercadorias era feito por tropas a cavalo ou em lombos de burros. Os homens que guiavam esses animais, chamados tropeiros, guardavam seus alimentos em alforjes de couro no lombo das mulas. O feijão misturado à farinha de mandioca, torresmo, lingüiça, ovos, alho, cebola e temperos, tornou-se um prato básico do cardápio desses homens. 

 

Nordestina

A culinária nordestina mescla influência das culinárias portuguesa, indígena e africana. A mistura de sabores e temperos foi sendo, aos poucos, sendo formado durante o período colonial. Os pratos da culinária da região Nordeste caracterizam-se pela presença marcante de temperos fortes e apimentados. Carne seca (carne de sol ou jabá), peixes e frutos do mar são presenças marcantes quase obrigatórias na culinária do Nordeste, que também usa muito o leite de coco.

Na festa serão encontrados baião de dois, caldo de pinto, tapioca, bolinho caipira e pudim de pão.

Curiosidade: A história do baião de dois remonta aos tempos de grandes dificuldades do povo nordestino com as secas, quando a comida era escassa e nada podia estragar ou ser desperdiçado. Assim, uniam as sobras do arroz e feijão com o pouco que tinha de carne seca e queijo de coalho, surgindo, assim, esse saboroso prato da cozinha nordestina.

 

Pescadores

Na barraca que representa a Colônia dos Pescadores, será servida uma variedade de peixes da região, pescados na represa Billings, nos rios Capivari e Rio Pequeno, além da tilápia e da carpa que são peixes exóticos e foram introduzidos na nossa represa. Todos esses peixes são de água doce encontrados em rios, riachos, lagos e represas. A maioria desses peixes apresenta dois nomes, como o lambari, que também é conhecido como piaba, e o acará, popularmente conhecido como cará.

Quem aprecia peixe vai se surpreender com a criatividade dos pratos. Serão servidos bolinhos de peixe e uma novidade, que é a pizza de tilápia. Também não vão faltar no cardápio os espetinhos de tilápia e lambari , além da famosa traíra frita e espalmada, sem espinha, que faz a alegria dos pais e das crianças.

Curiosidade: As tilápias são nativas da África e foram introduzidas no Brasil na década de 1970. Hoje é um dos peixes mais cultivados no mundo, pois se adapta facilmente a qualquer ambiente e se reproduz até quatro vezes no ano. As tilápias são criadas para alimentação humana e sua carne é bastante apreciada por ser leve e saborosa.

 

Portuguesa

A cozinha portuguesa tem ares atlânticos ao norte e mediterrâneo ao sul, ela tem a mesma origem da culinária espanhola. As semelhanças se cruzam às contribuições das civilizações que se estabeleceram na Península Ibérica no decorrer dos séculos e aos ingredientes vindos das colônias próximas ao mar. As culinárias regionais são bem marcantes e baseadas em produtos locais tanto da terra quanto do mar.

Na festa serão encontrados pastel de Belém, franguinho assado e toucinho do céu.

Curiosidade: O toucinho do céu é uma das sobremesas tradicionais de Portugal e da Espanha. À base de ovos e açúcar, originou-se nos conventos, razão da denominação coletiva de doçaria conventual desta categoria de doces. É uma espécie de bolo feito com açúcar em ponto pérola, ao qual se adicionam amêndoas moídas, por vezes, doce de gila e, finalmente, uma grande porção de gemas de ovos. O nome toucinho do céu deve-se ao fato de a versão original ter banha de porco como ingrediente.

 

Rastafári

Os rastafáris seguem uma cultura que adota nove princípios, sendo que um deles determina: "Coma apenas I-tal", um termo Rasta que significa puro, natural ou limpo. Os rastafáris são basicamente vegetarianos, dando uso escasso a alguns alimentos de origem animal. Têm como princípio ingerir alimentos naturais, sem produtos químicos nem enlatados. Quanto menos cozidos, melhor, sem sais ou condimentos, pois assim possuem maior quantidade de vitaminas, proteínas e força vital. As bebidas são preferencialmente herbais, como os chás. A bebida alcoólica, o leite ou café são vistos como pouco saudáveis. Na festa, os representantes dessa comunidade comercializarão lanches naturais.

Curiosidade: Paz e união são princípios básicos de uma cultura muito antiga e popular na Jamaica e que muitas vezes é confundida com religião. Rastafari é uma palavra do idioma Aramaico, que foi a primeira língua da Etiópia, um país que fica na África. A palavra "Ras" significa príncipe e "tafari" paz. Portanto, rastafari quer dizer "príncipe da paz".

 

Russa

Apesar de não ser popular no Brasil, a gastronomia da Rússia possui uma grande variedade de ingredientes e sabores, com uma preparação muito cuidadosa, misturando o melhor da cozinha oriental e ocidental. Não costumam oferecer pratos picantes ou de digestão pesada, mas a mistura de sabores agridoce é bem diferenciada.

Na festa serão encontrados blini, kvas (cerveja artesanal) e piroshki.

Curiosidade: Blini, ou panquecas, são bolos finos e planos preparados a partir de massa e fritos em uma frigideira quente em ambos os lados. Podem ser feitos de farinhas diversas (trigo, trigo sarraceno, sêmola, aveia etc.), leite ou iogurte, ovos e fermento de pão. As origens deste prato tradicional russo, que celebrou recentemente o seu milésimo aniversário, podem ser rastreadas até os tempos antigos. Seu antecessor foi feito a partir da geléia de aveia; um viajante faminto que desejou aquecer a mistura sobre o fogo provavelmente se distraiu com algo, deixando a geléia para fritar e criando, assim, o primeiro blini. Esse prato ficou famoso por ser um dos mais rápidos, saborosos e diversificados devido à grande variedade de recheios.

 

Terreiro

A história da comida de terreiro está intimamente ligada ao Candomblé no Brasil, em um misto de tradições, festas e costumes. Tudo teve início com a chegada dos navios negreiros entre os séculos XVl e XlX, que traziam os africanos para trabalhar como escravos no Brasil Côlonia. A comida baiana traz muitas referências desse tipo de cozinha, que usa ingredientes como camarão seco, cebola, azeite de dendê, feijão fradinho, quiabo, inhame e milho branco nos pratos ofertados aos orixás.

Na festa serão encontrados vatapá, caruru, feijoada, acarajé.

Curiosidade: O caruru é um prato de origem afro-indígena e é muito utilizado em rituais do Candomblé. Na linguagem indígena, caruru significa erva usada com fins medicinais e alimentícios. A influência africana está no uso do dendê. O caruru brasileiro histórico era um guisado esmagado com ervas que servia como um acompanhamento. Hoje, o prato é mais africano que indígena e é feito com quiabo, pimenta-malagueta, camarão seco e dendê.