Reginaldo dos Santos, de 52 anos, e Maria Lúcia de Souza, de 53, realizaram sonho de muitos anos. Se casaram neste sábado (14) na Central de Materiais Recicláveis Raio de Luz, no Bairro Cooperativa.

Já faz duas décadas que eles se conhecem  do antigo Lixão do Alvarenga e, agora, são trabalhadores da Central de Materiais Recicláveis.

“Fizemos questão de celebrar nosso casamento aqui, na central, porque nossa história de vida, em grande parte, se deu através dos materiais recicláveis. Por isso, escolhemos esse local para selar nossa união”, explica Reginaldo dos Santos, que é o coordenador geral da Central.

Vindos do antigo Lixão do Alvarenga, o casal, assim como outros catadores, tiram seu sustento do material reciclável que é recolhido na Coleta Seletiva Porta a Porta, implantada em São Bernardo há mais de dois anos pela Prefeitura. O serviço já está presente em toda a cidade. Por mês, no município, são recolhidas 900 toneladas de materiais - entre papel, plástico, vidro, metal e madeira -, ou cerca de 4,8% de tudo que é descartado pela população.

“Celebrar nossa união aqui na central tem um significado muito grande pra nós. Passamos por muitas dificuldades no lixão e sobrevivemos. Fazer parte da Central de Recicláveis de São Bernardo é motivo de muito orgulho pra todos que trabalham aqui. Hoje somos trabalhadores que contribuem para um mundo melhor. Casar aqui, na presença dos amigos, é mais do que um sonho, é a certeza de que estamos no caminho certo”, ressalta, emocionada, Maria Lúcia de Souza.

O objetivo da Administração é reciclar pelo menos 10% de todo o lixo arrecadado até o fim de 2016. Quando a coleta seletiva foi iniciada, o índice de reciclagem na cidade era de 0,81%. “Essa união já é fortalecida há muito tempo. E o desfecho dessa união do Reginaldo e da Lúcia vem coroar o amor desses dois, que já dura mais de 20 anos. Desejamos toda felicidade do mundo ao casal”, destaca o secretário de Serviços Urbanos.

Centrais - Em São Bernardo, a Prefeitura investiu na construção de duas centrais de triagem no Bairro Cooperativa. O objetivo é conseguir processar o crescente volume de materiais recicláveis que a cidade recolhe e dar melhores condições de trabalho e renda aos catadores.

A primeira central foi entregue em fevereiro de 2014, com capacidade para processar 25 toneladas por dia. Já a segunda foi entregue em dezembro do mesmo ano e tem capacidade para 100 toneladas diárias.