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Com frota de cerca de 561 mil veículos, SBC investe em mobilidade urbana

Com frota de cerca de 561 mil veículos, SBC investe em mobilidade urbana

28 de Dez de 2016 Aglaupe Grana
Qualificação do transporte público e melhoria das vias são prioridades na cidade

Um dos principais desafios nas grandes cidades é buscar soluções para melhorar a mobilidade urbana -- estrangulada por uma frota de veículos que aumenta ano a ano. São Bernardo, de cerca de 800 mil moradores e 561 mil veículos, está no rol de municípios que vivem esse desafio.

Grandes obras estão em andamento na cidade, justamente com o objetivo de dar um salto de qualidade na questão da mobilidade urbana. O Corredor Leste-Oeste, com 13 quilômetros de extensão, é apenas um dos 12 que serão construídos. Até junho de 2016, serão realizados investimentos destinados a qualificar o transporte público, que hoje contabiliza 250 mil moradores que usam diariamente as 65 linhas de ônibus que operam na cidade.

De olho também na melhoria da qualidade e agilidade do transporte, São Bernardo encampou a iniciativa de trazer o Metrô para a cidade. Especulado desde os anos 1970, o acordo foi formalizado em 2014, quando o Consórcio Intermunicipal ABC e o governo estadual assinaram o contrato de construção, a partir de projeto desenvolvido pela Prefeitura, com recursos federais.

Para a moradora do Rudge Ramos Gabriela Zenaro, o Metrô vai significar melhoria de vida. “Por trabalhar em São Paulo, o transporte toma grande parte do meu tempo. Com o Metrô próximo, faria meu caminho muito mais rápido, e ainda não precisaria ficar parada no trânsito.”

Dar aos moradores condições de usar meios de transporte alternativo também faz parte dos planos da Prefeitura, como a instalação de ciclovias e ciclofaixas. Aliás, a cidade já dispõe de cerca de cinco quilômetros, como nas avenidas João Firmino, no Bairro Assunção, e na Pery Ronchetti, na região central. Mas esse número é só o início, pois todos os novos projetos viários da cidade preveem a implantação de ciclovias ou ciclofaixas, a exemplo dos 12 corredores de ônibus. “Muitas coisas que faço na cidade poderiam ser feitas de bicicleta, mas tenho medo dos carros. Eu usaria muito uma ciclovia”, diz Gabriela Zenaro, moradora do Rudge Ramos.

São Bernardo do Campo na história das ruas do país: Quem passa hoje pelo movimentado Centro de São Bernardo não imagina que, em sua origem, residências, estradas de terra, carroças e cavalos formavam o cenário básico. O centro urbano da cidade se desenvolveu através das estradas coloniais, nos primórdios da ocupação do Brasil pelos Bandeirantes. Somente em 1933 foram demarcadas as primeiras ruas do povoado, a Principal (hoje Marechal Deodoro), a Rua da Constituição (atual Santa Filomena), duas ruas laterais à Igreja Matriz (hoje as ruas Rio Branco e Padre Lustosa) e a quinta rua, atual Dr. Fláquer.

A Marechal Deodoro era o centro político e social do município; nela estavam a Prefeitura e a Câmara. E lá aconteciam também os encontros dos moradores, desfiles cívicos, jogos de futebol e idas ao cinema. Luiz João Marotti nasceu na Marechal e nunca deixou a cidade. “Lembro que toda a garotada ia para a Marechal paquerar; na época a gente falava ‘futin’, as moças passavam de braços dados com as amigas, e a gente só de olho em uma oportunidade de puxar conversa. Naquela época todo mundo se conhecia.”

A partir da década de 1950 a população aumentou, inúmeras fábricas surgiram e a Prefeitura se viu obrigada a pavimentar ruas e abrir novas alternativas para os aproximadamente 4 mil veículos que existiam na cidade. Em 1969, a Avenida Francisco Prestes Maia surgiu com a canalização do Córrego Santa Teresinha, seguida pela Brigadeiro Faria Lima, construída sobre o Córrego dos Meninos, dando nova configuração viária à região central.

A cidade cresceu em direção à periferia e o número de veículos em circulação também aumentou, o que exigiu a construção de avenidas para ligar o Centro aos bairros e facilitar o tráfego. Em 1970, São Bernardo contabilizava 17.346 veículos licenciados, dos quais, 13.998 automóveis particulares, 853 ônibus e 2.495 caminhões. Passados 45 anos, a frota é de 561.047 unidades, sendo 382.967 automóveis, 21.768 caminhões, 6.838 ônibus e micro-ônibus e 75.880 motos e motonetas.