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Curso de cuidador abre novas perspectivas de trabalho em SBC

Curso de cuidador abre novas perspectivas de trabalho em SBC

08 de Out de 2015 Marco Borba
Formação é feita por meio de parceria entre a Prefeitura e a ONG Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento

Estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que em 2025 o Brasil deverá ser o sexto no mundo em número de idosos, quando deve chegar a 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Cientes dessa realidade, dezenas de pessoas em São Bernardo procuraram o curso de cuidador, oferecido pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania em parceria com o Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento (OLHE), em busca de qualificação. Parte dos interessados encontra-se desempregado e vê na preparação a oportunidade de voltar ao mercado de trabalho.

É o caso de Jaqueline Venitelli, 53 anos, e Rodrigo dos Santos, 24, ambos desempregados. Jaqueline já conta com certa experiência na área, pois há dois anos cuidou de um idoso por dois meses e, de fevereiro a setembro deste ano, cuidou da mãe, recém-falecida. “Procurei o curso porque vi a necessidade de aprender muitas coisas que não sabia, como a maneira correta de carregar a pessoa e como fazer a hidratação da pele. Parei de trabalhar no começo do ano para cuidar da minha mãe. Com esse curso, acredito que se abre uma nova esperança de voltar ao mercado de trabalho.”

Morador do Jardim Ipê, Rodrigo dos Santos, por sua vez, vivia de bicos e disse que agora pretende fazer da atividade profissão. “Minha mulher já trabalha como cuidadora (também participa do curso). De tanto ela falar como é o trabalho fui me interessando e, embora ainda não tenha tido essa experiência, acho que reúno condições de seguir na profissão. É um novo mercado de trabalho que surge.” Rodrigo é o único homem do curso, que reúne 47 mulheres.

Na opinião do professor Carlos Lima, que no curso aplica as disciplinas “Mitos e Preconceitos da Velhice” e “Finitude e Morte”, as principais qualidades que o cuidador deve reunir são: habilidade nas relações pessoais, paciência, respeito ao outro, e separar o profissional do pessoal. “Essas características são fundamentais. Tem de fazer o trabalho com amor, paciência e dedicação, porque participará não só dos bons momentos do dia a dia de uma pessoa, mas de situações mais delicadas também, como dar banho, limpar.”

O curso – iniciado semana passada e oferecido uma vez ao ano, com duração de três meses – é realizado no Centro de Referência da Mulher Márcia Dangremon, no Centro. As aulas acontecem duas vezes por semana, às segundas e quartas-feiras, das 13h às 17h. Esta é a quarta turma. Até o fim do ano, 170 pessoas terão passado pela formação.

Na parceria, a Prefeitura cede o espaço para a formação e a entidade se encarrega do treinamento. A seleção é feita por meio de entrevistas a partir do momento em que os interessados procuram os serviços de assistência da Prefeitura em busca de vaga para o curso. Para participar da seleção é preciso ter mais de 18 anos, ser alfabetizado, ter experiência em cuidados domésticos e com idosos e ter habilidade para tratar de pessoas em situação de dependência.  

No curso os alunos aprendem, entre outras coisas, quais suas competências no tratamento ao idoso, noções de ética e respeito à autonomia, como cuidar da higiene do paciente, como identificar eventuais casos de violência em família, qual deve ser a postura no trabalho no que diz respeito à higiene pessoal e a maneira de se vestir.

Ao final da capacitação os participantes recebem um certificado de qualificação e podem trabalhar tanto para famílias quanto para instituições que lidam com idosos. Quando surgem famílias ou instituições interessadas, a Sedesc ajuda a encaminhar esses profissionais ao mercado de trabalho. Veja também atividades para idosos.

O Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento, uma organização não governamental, é um polo de pesquisa, formação, integração e desenvolvimento de ferramentas que visa contribuir para que profissionais, gestores públicos, empresas, prestadores de serviços e familiares renovem suas práticas e comportamentos em relação ao processo de envelhecimento da sociedade.