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Idosos aprendem a reorganizar atividades em oficina de memória

Idosos aprendem a reorganizar atividades em oficina de memória

29 de Abr de 2015 Marco Borba
Aulas são gratuitas e visam estimular as diversas funções cerebrais, como atenção, percepção, raciocínio, planejamento

Dezenas de idosos que frequentam a Oficina de Memória do Centro de Referência do Idoso da Prefeitura de São Bernardo do Campo estão reaprendendo a organizar as tarefas diárias por meio de uma série de atividades que estimulam o sistema cognitivo – o processo de aquisição do conhecimento. Participam das aulas, aplicadas pelas assistentes sociais Marina Cortes Cavalcante e Maria Aparecida de Souza Rose, homens e mulheres a partir dos 60 anos de idade.

As atividades – leitura de textos (jornais, revistas, livros e letras de músicas), jogos e dramatizações – visam estimular as diversas funções cerebrais, como atenção, memória, percepção, linguagem verbal e escrita, raciocínio, lógica, planejamento e criatividade.

A dona de casa Carmella Motta Durazzo, 85 anos, começou a participar este ano e garante que já sente os efeitos positivos das aulas. Para minimizar os efeitos dos lapsos, conta que, com base nas aulas, adotou uma técnica. “Às vezes anoto o que preciso fazer e, quando dá aquele branco, bato três vezes na mesa ou em algum outro móvel da casa e me pergunto: ‘o que mesmo tinha que fazer agora’? Aí eu paro, penso, busco a memória e recordo o que tinha que fazer. Tem dado certo.”

Para Carmella, a repetição das atividades é essencial para recuperar o que às vezes “escapa” da memória. “A professora pede para a gente anotar em casa tudo o que aprendemos na aula e fazemos uma apresentação na aula seguinte. Com isso, ela nos ensina a trabalhar a memória. Também contamos histórias de coisas que aconteceram no passado. É muito bacana e muito divertido.”

Embora qualquer um esteja sujeito aos lapsos de memória, independentemente da idade, a dona de casa conta com bom humor algumas experiências. “Às vezes não tem jeito, dá aquele branco mesmo. Dia desses, por exemplo, precisava colocar papel higiênico no banheiro e açúcar no açucareiro. Só que inverti e coloquei o papel na geladeira e já ia levando o açúcar para o banheiro. Mas percebi que algo estava errado e corrigi a tempo.”

Ao final das oficinas – as aulas têm duas horas e meia de duração e acontecem as segundas, quartas e sextas no período da manhã – os participantes recebem um certificado.

Além de contribuir para a preservação e melhora das funções cerebrais, as atividades favorecem a desinibição dos mais tímidos e oferecem a possibilidade de construção de novas amizades. A oficina de memória é oferecida pelo Centro de Referência ao Idoso, ligado à Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania, desde 1999.