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Protocolo melhora atendimento para pacientes com problemas cardíacos

Protocolo melhora atendimento para pacientes com problemas cardíacos

28 de Mar de 2016 Vladimir Ribeiro
Equipes de saúde conseguem identificar com mais precisão os sinais e sintomas da doença coronariana

Com o objetivo de melhorar o atendimento a pacientes que estejam sofrendo infarto, a rede municipal de saúde está adotando um protocolo de dor torácica em todos os serviços de urgência e emergência de São Bernardo do Campo. Com o protocolo, as equipes de saúde conseguem identificar com mais precisão os sinais e sintomas da doença coronariana e podem tomar as providências necessárias com agilidade para evitar que os pacientes venham a óbito.

A recomendação às equipes das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), do Hospital e Pronto-Socorro Central (HPSC) e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) é que o paciente seja encaminhado, caso necessário, em até 120 minutos para realização de angioplastia primária no Hospital de Clínicas Municipal (HC).

Segundo o diretor do Departamento de Atenção Hospitalar e de Urgência e Emergência (DAHUE), Thiago Sacoman, quando o paciente entra na UPA com queixa de dor torácica inicia-se o alerta para toda a equipe. Imediatamente é solicitado um eletrocardiograma, conforme preconizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e pelos protocolos internacionais. O eletro é analisado pela equipe médica e, sendo constatada anormalidade no traçado, é estabelecida a dinâmica de atendimento, considerando o tempo como fator preponderante no prognóstico do paciente.

A coordenadora técnica do DAHUE, Vanessa  Crispim, destaca a importância do trabalho em equipe, lembrando que os profissionais de enfermagem são os primeiros a receber e avaliar o paciente, daí a importância dos treinamentos e sensibilizações para assegurar a rapidez e eficiência no atendimento aos pacientes com doenças do coração.

A capacitação para a implantação do protocolo de dor torácica, realizada há cerca de um ano, envolveu centenas de profissionais de todos os serviços de urgência e emergência, incluindo as equipes do SAMU 192. Mais recentemente, em fevereiro, houve novo treinamento voltado à análise do eletrocardiograma para a detecção da síndrome coronariana aguda. Em ambas as capacitações, também participaram médicos e pessoal da enfermagem das Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

A Secretaria de Saúde conta ainda com um comitê, formado por representantes de diversos setores do serviço de saúde, que avalia os atendimentos e faz monitoramento para que o tempo de atendimento seja cada vez menor. “Quanto mais rápido a procura pelo serviço de urgência e emergência com o sintoma de dor no peito, maiores são as chances de sobrevivência dos pacientes”, diz Sacoman, lembrando que a doença isquêmica do coração é a principal causa da mortalidade no Brasil, no estado de São Paulo e em São Bernardo, para ambos os sexos. A isquemia, responsável pela angina ou infarto, é a diminuição do oxigênio que chega ao coração.

O enfrentamento das doenças isquêmicas do coração vem sendo aperfeiçoado em toda a rede municipal de saúde nos últimos seis anos,  resultando em sucessivas quedas nos índices de mortalidade no município. Em 2009, do total de óbitos de São Bernardo, a mortalidade por doenças isquêmicas coronarianas representava 15,9% e foi diminuindo seguidamente até atingir 12,3%, em 2014, e 12,4%, em 2015.

O diretor do DAHUE salienta que esses resultados positivos são fruto de todo o trabalho de prevenção e promoção da saúde na Atenção Básica, da qualificação do cuidado na Atenção Especializada e da capacitação contínua dos trabalhadores da rede de urgência e emergência, que foi complementado com a implantação do serviço de hemodinâmica em cardiologia no Hospital de Clínicas Municipal e, agora, com a adoção do protocolo de dor torácica em toda a rede municipal de saúde.